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Novas manifestações no Iraque deixam mortos; EUA pedem eleições

O país tem desemprego de cerca de 25% entre os jovens, enquanto um em cada cinco de seus habitantes vive abaixo da linha da pobreza

Por AFP Atualizado em 30 jul 2020, 19h35 - Publicado em 11 nov 2019, 05h31
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  • Três manifestantes morreram no domingo 10 no sul do Iraque e dezenas de pessoas ficaram feridas pelas forças de segurança, que fizeram disparos no centro de Bagdá, que se virou um campo de batalha.

    Os manifestantes morreram em Nasiriya baleados durante a noite, enquanto que em Bagdá, na praça Khalani, perto de Tahrir, ondas de manifestantes corriam sob uma nuvem de gás lacrimogêneo.

    Na multidão, várias ambulâncias e triciclos motorizados levavam dezenas de feridos perto da praça Tahrir, epicentro dos protestos onde centenas de pessoas se reuniam.

    No sábado, nove manifestantes foram mortos a tiros ou por gás lacrimogêneo disparado na praça Tahrir, o epicentro dos protestos, e outros três em Basra, a segunda cidade do país, no extremo sul, de acordo com fontes médicas.

    Os combates recomeçaram no domingo na praça Khalani, centro de Bagdá, onde o ar está impregnado de gás lacrimogêneo.

    O governo dos Estados Unidos pediu às autoridades iraquianas que façam pesquisas de opinião e reformas eleitorais, além de pedir o fim da violência contra manifestantes.

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    Washington quer “que o governo iraquiano interrompa a violência contra manifestantes e cumpra a promessa do presidente (Barham) Saleh de aprovar a reforma eleitoral e realizar eleições antecipadas”, afirmou a Casa Branca em comunicado.

    “Os Estados Unidos estão seriamente preocupados pelos contínuos ataques contra manifestantes, ativistas cívicos e meios de comunicação, assim como pelas restrições ao acesso à Internet no Iraque”, completa a nota.

    “Nós ficaremos”

    Desde a noite de sábado “as forças de segurança tentam se mover em direção a Tahrir para dispersar os manifestantes”, disse um deles.

    No entanto, um paramédico que cuida dos feridos adverte: “Estamos em Tahrir e lá ficaremos”.

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    As forças policiais ergueram muros de concreto para separar as praças de Khalani e Tahrir.

    Os manifestantes afirmam que continuarão bloqueando o país enquanto não obtiverem sua “parcela de petróleo” no Iraque, que possui uma riqueza significativa de petróleo e é o segundo maior produtor da OPEP.

    O Iraque tem desemprego de cerca de 25% entre os jovens, enquanto um em cada cinco de seus habitantes vive abaixo da linha da pobreza.

    O movimento de protesto originalmente reivindicou empregos e melhores serviços. Agora, os manifestantes também pedem a renúncia de todos os líderes políticos e uma renovação total do sistema político implementado desde a queda do ditador Saddam Hussein em 2003.

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    “Banho de sangue”

    A Anistia Internacional pediu em um comunicado às autoridades iraquianas que “ordenem imediatamente o fim do uso contínuo e ilegal da força letal”.

    A organização também pediu que contivessem suas forças de segurança para “evitar um banho de sangue”.

    Essa violência deixou mais de 12.000 feridos desde 1º de outubro. E a isso deve-se acrescentar o que muitas vozes no Iraque agora chamam de “nova república do medo”, em um país que saiu há 16 anos da ditadura do partido Baas de Saddam Hussein.

    Militantes e médicos que apoiam os manifestantes afirmam estar sujeitos a uma campanha de prisões, sequestros e intimidações por forças estaduais e grupos armados.

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    A representante da ONU no Iraque, Jeanine Hennis-Plasschaert, afirmou que recebia “todos os dias informações sobre manifestantes mortos, sequestrados, arbitrariamente detidos, espancados ou intimidados”.

    Hennis-Plasschaert acrescentou que hoje, no Iraque, “direitos fundamentais são continuamente violados”.

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