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No Senado, Zuckerberg admite falha em proteção a usuários do Facebook

Senadores exigem respostas sobre uso não autorizado de dados, interferência russa e regulamentação nacional das redes sociais

Por Da redação
Atualizado em 11 abr 2018, 00h07 - Publicado em 10 abr 2018, 21h40

O CEO e fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, prestou depoimento ao Senado dos Estados Unidos nesta terça-feira sobre o uso indevido de dados de usuários da rede social por parte da empresa de consultoria política Cambridge Analytica. A audiência durou quase cinco horas e, nesta quarta, Zuckerberg falará diante da Câmara dos Representantes.

O desempenho do CEO aparentemente animou os investidores. As ações do Facebook fecharam o pregão desta terça em alta de 4,5%.

Durante as rodadas de perguntas dos senadores, Zuckerberg sofreu pressão para esclarecer de que forma o Facebook usa as informações pessoais de seus usuários e as políticas de privacidade da rede social.

O CEO respondeu a todas as perguntas, mas apresentou apenas explicações básicas sobre o funcionamento da rede social e o uso dos dados para a personalização de anúncios na maioria das réplicas. Também repetiu constantemente que o usuário tem total liberdade para escolher quais informações decide tornar públicas ou postar na plataforma, de forma que sua empresa só tem acesso àquilo que é autorizado, e que o Facebook não vende as informações publicadas.

Em seu discurso inicial, Zuckerberg assumiu toda a culpa pelo uso indevido de dados por parte da Cambridge Analytica. “Não tivemos uma visão o suficientemente ampla da nossa responsabilidade, e isso foi um grande erro. E foi erro meu. E sinto muito”, afirmou Zuckerberg aos Comitês de Justiça e de Comércio do Senado americano.

O CEO se comprometeu a promover mudanças dentro da empresa para aumentar a proteção dos usuários, afirmou que garantir a segurança das informações das pessoas é uma “responsabilidade básica” que não foi cumprida no caso da Cambridge Analytica.

O diretor do Facebook também enumerou diversas medidas sendo adotadas pela companhia, como a investigação de milhares de aplicativos que atuam dentro da plataforma. “Se encontrarmos alguma atividade suspeita, vamos realizar uma auditoria completa desses aplicativos para compreender como estão utilizando os dados e se estão fazendo algo inadequado”, disse.

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Rússia e eleições

O escândalo envolvendo o Facebook foi provocado por denúncias sobre o uso de dados pessoais dos usuários para fins comerciais e eleitorais. O mais grave capítulo do escândalo foi a revelação de que estes dados foram usados de forma não autorizada pela consultoria Cambridge Analytica para definir a retórica de Donald Trump em sua vitoriosa campanha à Casa Branca em 2016.

Na abertura da audiência, o senador Chuck Grassley afirmou que este escândalo mostrou que os usuários de redes sociais “não entenderam por completo a quantidade de seus dados que são coletados, protegidos, transferidos, usados e abusados”.

Parte do interrogatório a Zuckerberg se concentrou nos esforços do Facebook para evitar a divulgação de informações falsas e a alegada influência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos.

O executivo disse que o Facebook desenvolveu ferramentas baseadas em inteligência artificial e que a empresa ampliou o número de funcionários para combater esses problemas.

“Há pessoas na Rússia cujo trabalho é tentar explorar nossos sistemas e outros sistemas cibernéticos”, disse. “Então, é como uma corrida armamentista. Eles se tornam melhores e nós temos que nos tornar melhores também”.

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Zuckerberg apontou também que o Facebook pode ter recebido intimações judiciais para colaborar com a investigação liderada pelo procurador especial Robert Mueller sobre a ingerência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016.

“Nosso trabalho com o procurador especial é confidencial”, disse Zuckerberg no Senado, acrescentando que “poderia haver” intimações a funcionários do Facebook, “mas sei que estamos trabalhando com eles”.

No entanto, pouco antes havia afirmado que ele mesmo nunca tinha sido entrevistado por agentes da equipe do procurador Mueller.

Privacidade

Alguns senadores foram bastante enérgicos ao criticar a forma como a companhia tem lidado com os dados dos usuários, acusando o Facebook de ignorar alguns dos avisos do governo americano sobre políticas de privacidade e compromissos acertados no passado.

Os políticos americanos citaram principalmente o decreto de consentimento proposto pela Comissão Federal do Comércio e assinado pela empresa em 2011, que garantia que o Facebook iria informar os usuários sobre qualquer mudança na política de privacidade e proteger todas as informações pessoais dos perfis. Diante do escândalo recente da Cambridge Analytica, muitos dizem que os termos foram desrespeitados.

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Durante suas perguntas, o senador republicano Dan Sullivan sugeriu que Zuckerberg e sua empresa possuem mais acesso e poder sobre as informações do que deveriam: “Você acredita que o Facebook é poderoso demais?”, perguntou. “O que vocês são? Vocês são um companhia de tecnologia ou a maior editora do mundo?”, continuou, depois de ouvir uma reposta pouco esclarecedora do CEO.

”Eu nos vejo como uma empresa de tecnologia”, afirmou Zuckerberg. “Eu concordo que somos responsáveis pelo conteúdo, mas não produzimos conteúdo”. Ele também negou que o Facebook seja um monopólio. “Eu certamente não vejo dessa forma”, disse.

Regulamentação

Muitos senadores também abordaram a possibilidade de implantar uma regulamentação nacional para as empresas de redes sociais, assim como já existe na União Europeia.

“Você apoiaria uma lei que diz que o Facebook e qualquer outra empresa que reúna informações precisa obter permissão afirmativa antes de poder reutilizar essas informações para outros fins?”, perguntou o senador Ed Markey, do Partido Democrata.

“Em geral, acho que a ideia está correta”, respondeu Zuckerberg, um pouco apreensivo. “Mas os detalhes a serem acertados são muito importantes”, completou.

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Na segunda-feira, Zuckerberg realizou uma visita ao Congresso para reuniões privadas com vários legisladores, que lhe explicaram que as pressões em favor de uma maior regulação das redes sociais estão aumentando.

O senador democrata Bill Nelson disse à imprensa, depois de se reunir em seu gabinete com o criador do Facebook, que o empresário parecia estar levando a questão “muito a sério”. “Acredito que ele entendeu que uma maior regulação pode estar próxima”, afirmou.

Política de privacidade e termos de serviço

Os senadores concordaram que mudanças nos termos de serviço da rede social são necessários. Segundo muitos legisladores, o texto apresentado aos internautas quando se inscrevem na rede social é confuso e pouco esclarecedor.

Zuckerberg concordou em conversar com sua equipe sobre o tema, mas afirmou diversas vezes que a maioria dos usuários não lê ou tem interesse pelos termos, o que torna todo o processo mais complexo.

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