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No Canadá, ministra se demite por escândalo que ameaça Trudeau

Premiê é acusado de pressionar ex-procuradora-geral em caso contra empresa canadense acusada de pagar propina ao governo líbio

Por Estadão Conteúdo
4 mar 2019, 22h15

Outro membro do governo do premiê do Canadá, Justin Trudeau, pediu demissão por causa do escândalo que abala o governo em ano eleitoral. Presidente do Conselho do Tesouro, Jane Philpott, considerada uma estrela entre os ministros, afirmou em carta nesta segunda-feira, 4, que estava “insustentável” para ela continuar no gabinete, já que não podia defender o governo.

Amiga de Philpott, a ex-procuradora-geral Jody Wilson-Raybould testemunhou na semana passada e afirmou que Trudeau e outros membros do governo tentaram indevidamente pressioná-la a evitar um processo contra uma importante companhia de engenharia canadense, em um caso que envolve alegações de corrupção na Líbia. Wilson-Raybould pediu demissão no mês passado, após ter sido rebaixada para o Ministério de Assuntos dos Veteranos um mês antes.

O escândalo tem abalado o governo de Trudeau. Gerald Butts, assessor próximo e amigo do premiê, pediu demissão no mês passado e deve testemunhar nesta quarta-feira, 6, em um comitê do Parlamento, em defesa do premiê.

Trudeau admitiu que levantou o assunto com Wilson-Raybould, mas disse que isso foi apropriado. Philpott tomou o lado de Wilson-Raybould na divergência com o premiê. Philpott disse que continuará como membro do Parlamento no Partido Liberal, de Trudeau. Wilson-Raybould disse o mesmo na semana passada, mas não quis dizer se confiava no primeiro-ministro. Trudeau, por sua vez, disse que ainda decidirá se Wilson-Raybould poderia seguir como integrante de seu partido no Parlamento.

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Líder do oposicionista Partido Conservador, Andrew Scheer afirmou que o governo está um “caos” e que Trudeau deveria renunciar. Além disso, pediu uma investigação policial do episódio.

A empresa envolvida no caso é a SNC-Lavalin, importante para a economia local, com 9 mil funcionários no país e cerca de 50 mil pelo mundo. Se condenada por supostos pagamentos de propina relacionados com contratos na Líbia, a companhia pode ser barrada de fazer negócios com o governo federal durante uma década. Fonte: Associated Press.

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