O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi oficializado neste sábado, 16, como candidato à Presidência nas eleições de 28 de julho. O mandatário irá concorrer ao seu terceiro mandato pelo Partido Socialista Unidos da Venezuela (PSUV) — ele disputou sozinho as prévias partidárias.
Por enquanto, o herdeiro de Hugo Chávez não tem concorrência real no pleito. A principal oponente, María Corina Machado — entrevistada nas Páginas Amarelas de VEJA desta semana — venceu uma eleição primária da coalizão de oposição Plataforma Unitária com mais de 90% dos votos, mas foi barrada pela Justiça venezuelana de ocupar cargos públicos por quinze anos por suposta ocultação de bens.
Na reunião do partido que sacramentou sua indicação como candidato do PSUV, em Caracas, Maduro afirmou ter o “apoio do povo”. “Um homem sozinho não estaria aqui. Estou aqui pelo povo (…) Há apenas um resultado, a vitória do povo em 28 de julho”, afirmou a correligionários e apoiadores.
De acordo com Diosdado Cabello, vice-presidente da legenda governista, 4,2 milhões de pessoas referendaram a escolha do nome de Maduro pelo partido — o PSUV convocou assembleias para votação em diferentes estados nas últimas semanas.
Adversários
Com o nome vetado, María Corina Machado e a coalizão de oposição correm contra o tempo para estarem nas cédulas eleitorais de 28 de julho, uma vez que a data-limite para o registro de candidaturas é 25 de março. Outros líderes contrários ao governo Maduro, como Henrique Capriles, um dos principais nomes da oposição venezuelana e candidato presidencial duas vezes, também está desqualificado para disputar o pleito. Capriles está entre o grupo de opositores ao regime que defendem que Machado desista da candidatura para que os eleitores se unam por uma alternativa.
“Se eu for mesmo banida da disputa, estará explícito que essas eleições não serão livres. O próprio Parlamento europeu, em coro com outros observadores internacionais, enfatizou isso”, afirmou Machado a VEJA.
A habilitação de candidatos teve mediação da Noruega — representantes de situação e oposição assinaram um acordo em Barbados, em outubro do ano passado, para estabelecer regras para o pleito, como a presença de observadores internacionais.