O secretário de Justiça de Israel, Avichai Mandelblit, anunciou nesta quinta-feira, 28, sua intenção de indiciar o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu por suborno, fraude e quebra de confiança.
A decisão foi divulgada pouco antes das eleições no país, marcadas para 9 de abril, e pode aprofundar a incerteza sobre as perspectivas de Netanyahu em uma corrida acirrada.
O indiciamento é resultado de mais de dois anos de investigações contra o primeiro-ministro. Netanyahu está envolvido nos chamados casos 1000, 2000 e 4000, nos quais é acusado de ter aceitado presentes de empresários e distribuir favores em supostas propostas de cobertura favorável por um jornal e um site.
O efetivo indiciamento dependerá do resultado de uma audiência, que ainda não tem data marcada, mas provavelmente não deve ser realizada antes das eleições. Na audiência, Netanyahu pode tentar persuadir Mandelblit a não indiciá-lo oficialmente.
O primeiro-ministro, que está buscando um quarto mandato consecutivo, nega qualquer irregularidade.
O partido de direita de Netanyahu, Likud, descreveu as acusações relatadas como “perseguição política”. O partido disse que o primeiro-ministro prometeu não renunciar devido às acusações.
O caso
A acusação mais grave envolve o chamado “caso 4000”. Netanyahu será denunciado por fraude, receber propina e rompimento de confiança por supostamente favorecer a empresa de telefonia Bezeq em troca de uma cobertura favorável a ele no Walla, um dos maiores sites de notícias do país, controlado pelo mesmo grupo empresarial.
As acusações por fraude e ruptura da confiança se repetem nos outros dois indiciamentos que serão feitos pelo secretário de Justiça dentro dos casos que ficaram conhecidos como “1000” e “2000”.
O primeiro deles investiga se Netanyahu e sua família receberam presentes dos empresários Arnon Milchan e James Packer em troca de favores políticos. O segundo apura se o governo tentou fechar acordo com o dono do jornal Yedioth Ahronoth para favorecê-lo. Como recompensa, o primeiro-ministro restringiria a circulação do principal rival da publicação, o Israel Hayom.
Segundo pesquisa divulgada hoje pelo Times of Israel, a decisão anunciada hoje pode ter um forte impacto nas eleições, impedindo o Likud de obter maioria no Parlamento.
(Com Reuters e EFE)