Netanyahu rejeita demandas do Hamas e chances de cessar-fogo diminuem
Primeiro-ministro israelense culpou grupo palestino por "posições extremas, a primeira delas a exigência de retirar todas as nossas forças da Faixa de Gaza"
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que “não pode aceitar” exigências feitas pelo grupo militante palestino Hamas para acabar com a guerra em Gaza, em meio às altas expectativas em torno de negociações no Cairo de um cessar-fogo, neste domingo, 5.
As discussões deste domingo no Egito seriam centradas em torno de uma nova proposta, feita por autoridades egípcias, que apela ao grupo militante para libertar reféns israelenses em troca de uma pausa nas hostilidades. Autoridades israelenses e do Hamas trocam acusações pelo impasse e a delegação do grupo palestino afirmou que deixaria o Egito neste domingo pra consultas com líderes políticos, planejando voltar na terça-feira à capital egípcia.
O número de mortos palestinos na Faixa de Gaza aumentou para 34.654, disseram as autoridades de saúde do enclave num comunicado à imprensa no sábado. Israel lançou uma ofensiva em grande escala contra o Hamas na Faixa de Gaza para retaliar contra um ataque do Hamas em Israel em 7 de outubro de 2023, durante o qual cerca de 1.200 pessoas foram mortas e mais de 200 foram feitas reféns.
Em fala à imprensa, Netanyahu disse que Israel está disposto a interromper combates em gaza para garantir a libertação dos reféns, que seriam mais de 130. Ainda assim, culpou o Hamas por “posições extremas, a primeira delas a exigência de retirar todas as nossas forças da Faixa de Gaza, acabar com a guerra e deixar o Hamas no poder”.
O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, disse que o Hamas não parecia levar a sério a busca de uma trégua.
“Estamos observando sinais preocupantes de que o Hamas não pretende chegar a um acordo conosco”, disse Gallant. “Isso significa que uma forte ação militar em Rafah começará num futuro muito próximo e no resto da Faixa”.
Também neste domingo, líder do gabinete político do Hamas, Ismail Haniyeh, disse que o grupo “ainda está interessado” em chegar a um acordo com mediadores, mas que qualquer proposta teria de garantir a retirada israelense de territórios palestinos e um fim permanente de hostilidades.
Segundo ele, a delegação do Hamas defende “posições positivas e flexíveis” destinadas a travar “a agressão contra o nosso povo, que é uma posição fundamental e lógica que estabelece as bases para um futuro mais estável”.
Haniyeh também culpou Netanyahu pela “continuação da agressão e pela expansão do círculo de conflito, e pela sabotagem dos esforços feitos através dos mediadores e de várias partes”.
No meio das tensas negociações em curso, espera-se uma ofensiva terrestre na cidade de Rafah, no sul de Gaza, onde se estima que cerca de 1,5 milhão de palestinos estejam abrigados depois de fugirem de combates no norte.