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Netanyahu oferece recompensa de US$ 5 mi e passagem segura para quem devolver reféns

Apesar da proposta, primeiro-ministro israelense alertou que qualquer pessoa que tenha atingido diretamente reféns "pagará o preço"

Por Da Redação
20 nov 2024, 14h10

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ofereceu nesta terça-feira, 19, uma recompensa de US$ 5 milhões (cerca de R$ 28 milhões) para qualquer pessoa que devolvesse um refém mantido pelo grupo radical palestino Hamas na Faixa de Gaza. No Corredor Netzarim, em Gaza, Netanyahu também prometeu passagem segura para aqueles aceitassem o acordo, mas alertou que quem tiver atingido diretamente reféns “pagará o preço”.

“Para aqueles que querem deixar esse emaranhado, eu digo: quem nos trouxer um refém encontrará uma saída segura para si e sua família. Também daremos US$ 5 milhões para cada refém”, disse o premiê ao lado do ministro da Defesa, Israel Katz. “Escolha, a escolha é sua, mas o resultado será o mesmo. Nós traremos todos de volta.”

A decisão foi criticada por Einav Zangauker, mãe de Matan, ainda mantido no enclave palestino. Em entrevista à emissora americana CNN, ela acusou o premiê de estar “negociando as vidas dos reféns” e de “oferecer dinheiro ao Hamas”. Zangauker afirmou, ainda, que o plano de Netanyahu de “dividir e governar Gaza por meio de subornos aos captores” representava um risco para a vida dos cativos.

“Quando essa é a estratégia do primeiro-ministro, entendo que ele não tem intenção de salvar os reféns, ele continuará protelando e pretende sacrificá-los e aos soldados no altar de suas considerações políticas”, acrescentou ela à CNN.

Acredita-se que apenas 64 das 97 pessoas mantidas em cárcere em Gaza ainda estejam vivas. Desde o início da guerra, em outubro do ano passado, 105 reféns foram libertados em troca de 240 prisioneiros palestinos. Outros oito foram resgatados em operações das Forças de Defesa de Israel (FDI), que também recuperou 34 corpos. Três foram mortos por engano por tropas israelenses em dezembro do ano passado.

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Veto dos EUA

Um dia apóqs o anúncio de Netanyahu, os Estados Unidos vetaram a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a guerra na Faixa de Gaza. A proposta exigia “um cessar-fogo imediato, incondicional e permanente em Gaza, além da libertação de todos os reféns”, apontou a ONU no X, antigo Twitter. Os outros 14 membros do Conselho votaram a favor. Não houve, portanto, abstenções.

“Deixamos claro durante as negociações que não poderíamos apoiar um cessar-fogo incondicional que não incluísse a libertação dos reféns”, discursou o embaixador dos EUA, Robert Wood. “Esta resolução abandonou essa necessidade. Por essa razão, os Estados Unidos não puderam apoiá-la.”

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O veto foi repudiado por representantes de países presentes na sessão. A Argélia definiu como “um dia triste para o Conselho de Segurança, para as Nações Unidas e para a comunidade internacional como um todo”, enquanto a China disse que “não é de se admirar que as pessoas estejam com raiva”, à medida que a fome avança em Gaza. A Rússia, por sua vez, criticou abertamente a decisão, afirmando: “não deveríamos nos surpreender.”

“Por meses, os Estados Unidos têm obstruído e impedido ações do Conselho para abordar a situação catastrófica em Gaza, tomando partido de um dos lados do conflito para avançar seus próprios objetivos políticos às custas de vidas palestinas”, contestou o embaixador russo, Vassily Nebenzia.

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