Netanyahu nomeia político homossexual para Ministério da Justiça de Israel
Amir Ohana será o primeiro ministro abertamente gay do país; membro do Likud, político apoia projeto de lei que beneficiaria premiê
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, nomeou nesta quarta-feira 5 o deputado do Likud Amir Ohana, abertamente homossexual, para assumir o Ministério da Justiça.
“O deputado Amir Ohana é um jurista que conhece perfeitamente o sistema judiciário”, diz o comunicado oficial que anuncia sua nomeação. É a primeira vez na história do país que uma pessoa abertamente gay chega a um cargo ministerial no país.
Ohana, de 43 anos, é filho de judeus que imigraram do Marrocos e foi eleito deputado em 2015. Ele é casado e teve dois filhos com seu companheiro com a ajuda de uma barriga de aluguel.
O casamento gay é legal em Israel. O país é considerado um país pioneiro na defesa dos direitos de gays e lésbicas, embora a homossexualidade continue sendo um tabu em meios religiosos, importantes parceiros do governo de Benjamin Netanyahu.
Segundo a imprensa israelense, Amir Ohana é favorável a um controverso projeto de lei que concede imunidade em acusações criminais contra o primeiro-ministro. Se aprovada, a medida beneficiaria Netanyahu, investigado por corrupção em três casos diferentes.
Jerusalém abriga nesta quinta-feira, 6, à noite, a 18ª edição da parada do Orgulho Gay, sob um forte esquema policial. A marcha de 2015 foi ofuscada pelo assassinato de um adolescente de 16 anos, esfaqueado por um judeu ultraortodoxo.
A nomeação ocorre após Netanyahu não conseguir formar um novo governo após as eleições de abril e convocar uma nova votação.
Os israelenses irão às urnas novamente em 17 de setembro. As pesquisas de opinião voltam a dar vantagem aos conservadores.
(Com AFP)