Netanyahu nega apelo de Biden para que Rafah não seja atacada
Israel defende que um ataque por terra seria a única maneira de 'eliminar o Hamas' na cidade de Gaza, que abriga quase 1,5 milhões de palestinos
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, negou um apelo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para suspender o ataque planejado a Rafah, durante uma conversa por telefone nesta segunda-feira 18. A cidade no sul da Faixa de Gaza abriga quase 1,5 milhões de pessoas, que fugiram de suas casas em outros cantos do enclave devido aos bombardeios de Israel.
O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, afirmou que Washington considera que um ataque terrestre a Rafah seria um “erro”. No entanto, Netanyahu declarou ao Parlamento nesta terça-feira, 19, que deixou “extremamente claro” ao presidente Biden que Israel está “determinada a completar a eliminação desses batalhões em Rafah, e não há maneira de fazer isso, exceto entrando no terreno”.
Além do risco de um ataque terrestre, a população de Gaza abrigada na cidade de Rafah também é ameaçada pelos ataques aéreos israelenses, que já mataram 14 pessoas no local.
Cessar-fogo
Além das declarações de repressão ao plano de Israel, Washington também está em busca de apoio diplomático nas negociações para um cessar-fogo na guerra em Gaza. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, vai se reunir com líderes do Egito e da Arábia Saudita para “discutir a arquitetura certa para uma paz duradoura” durante uma viagem ao Oriente Médio. Contudo, não está claro se ele vai visitar Israel.
As negociações serão retomadas nesta semana no Catar, após Israel rejeitar uma contraproposta do Hamas. Um plano de trégua durante seis semanas, que inclui a libertação de cerca de 40 reféns israelenses e centenas de palestinos detidos, tem sido discutida por ambas as partes. Contudo, o impasse sobre o que aconteceria depois do período de trégua vem atrasando as negociações: Israel aceita apenas uma pausa temporária, enquanto o Hamas se recusa a libertar os reféns israelenses caso não haja um plano para o fim definitivo da guerra.
A guerra em Gaza começou há quase seis meses, impulsionada pela invasão de Israel pelo grupo Hamas, que matou 1.200 pessoas e sequestrou 253 reféns. Os ataques israelenses em resposta à invasão já mataram cerca de 32 mil palestinos. O número de baixas em Gaza tende a subir devido à fome, que as Nações Unidas disse ser “iminente”.