Netanyahu descarta cessar-fogo e diz que é ‘momento para guerra’
Primeiro-ministro afirmou que trégua representaria a rendição ao "terrorismo"
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, descartou nesta segunda-feira, 30, os pedidos de um cessar-fogo em Gaza. Em coletiva de imprensa em Tel Aviv, ele disse que “os bárbaros estão dispostos a lutar”, em referência ao movimento palestino radical Hamas, e que os combatentes integram o “eixo do mal”, ao lado do Irã.
“Os horrores que o Hamas perpetrou em 7 de outubro lembram-nos que não concretizaremos a promessa de um futuro melhor a menos que o mundo civilizado esteja disposto a lutar contra os bárbaros”, disse. “A Bíblia diz que ‘há um momento para paz, e um momento para guerra’ (…) e este é um momento para guerra”.
Na semana passada, uma autoridade do Hamas, Abu Hamid, afirmou que o grupo só libertará os reféns detidos se Israel concordar com um cessar-fogo e parar de bombardear o enclave. Segundo Hamid, o Hamas, que soltou quatro dos detidos até agora, deixou claro que pretendia libertar “prisioneiros civis”. No entanto, alertou que isso exigia um “ambiente calmo”, alegando que os bombardeios israelenses já mataram 50 reféns.
Ao longo de sua fala, o premiê israelense também traçou comparações com a história recente dos Estados Unidos.
“Tal como os EUA não concordaram com um cessar-fogo após o bombardeio de Pearl Harbor ou após o ataque terrorista de 11 de Setembro, Israel não concordará com a cessação das hostilidades com o Hamas após os horríveis ataques de 7 de outubro”, acrescentou.
Netanyahu afirmou, ainda, que uma trégua representaria a rendição ao “terrorismo” do Hamas. Em seguida, ele defendeu que a guerra procura defender o “futuro comum”, em uma linha que separaria “as forças da civilização e as forças da barbárie”.
A declaração do primeiro-ministro israelense se dá três dias depois do início de uma grande ofensiva terrestre em Gaza. Os militares israelenses afirmam ter matado quatro importantes lideranças do grupo militante palestino Hamas e atingiram mais de 600 alvos militantes nos últimos dias.
“Estamos nos movendo a partir do solo, detectando os terroristas e atacando do ar. Há também um envolvimento direto entre as forças terrestres e os terroristas. Os combates estão ocorrendo dentro da Faixa de Gaza”, disse Daniel Hagari, porta-voz militar.
Israel também renovou os alertas para que os civis se deslocassem do norte de Gaza para o sul, ao iniciar um grande avanço no território na noite da última sexta-feira, 27. Muitas pessoas, porém, permaneceram na cidade por medo de ficar sem abrigo e preocupadas com os bombardeios no sul.