O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, autorizou nesta quinta-feira, 4, que seus negociadores iniciassem negociações mais detalhadas para chegar a um acordo de cessar-fogo em Gaza, que promete libertar os reféns sequestrados pelo Hamas. A decisão sinaliza que ambos os lados do conflito estão entrando em uma nova fase de tratativas que, se bem-sucedida, pode levar a uma nova trégua depois de nove meses de guerra.
Durante meses, Israel e Hamas mantiveram negociações de cessar-fogo, mas alguns detalhes importantes, como a identidade dos prisioneiros palestinos a serem libertados em troca de reféns, geraram impasses aparentemente intransponíveis.
No início desta semana, as negociações de trégua avançaram depois que os Estados Unidos propuseram uma mudança em duas cláusulas-chave previstas para a primeira fase do acordo. O Hamas concordou com a alteração. Inicialmente, o grupo terrorista palestino exigia o fim permanente da guerra e a retirada total dos soldados israelenses, no entanto, de acordo com a emissora britânica BBC, a facção abandonou a condição de que o cessar-fogo seja permanente, ou seja, que significasse o fim da guerra.
Espera-se que o diretor do serviço secreto de Israel, o Mossad, David Barnea, lidere a nova rodada de negociações detalhadas. Anteriormente ele esteve à frente da equipe de negociação de Israel.
À emissora americana CNN, o líder do escritório político do Hamas, Basem Naim, afirmou que ainda “não há nada oficial sobre um acordo efetivo para cessar-fogo”, acrescentando que as negociações ainda não começaram.
“Também estamos esperando uma resposta positiva do lado israelense, que iniciará as negociações sobre os detalhes do acordo”, acrescentou Naim. “Não temos informações sobre nenhuma delegação visitando o Cairo”, concluiu, citando um dos mediadores das negociações.
Resolução de cessar-fogo
Em junho, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma resolução apresentada pelos Estados Unidos que previa um cessar-fogo em Gaza. A resolução foi aprovada por 14 votos a favor, nenhum contra e uma abstenção.
O acordo é previsto para ter três fases, sendo a primeira com as seguintes demandas: cessar-fogo absoluto por seis semanas, retirada das forças de Israel das áreas densamente habitadas por civis na Faixa de Gaza e a libertação dos reféns sequestrados durante o ataque de 7 de outubro. A segunda fase contaria com a libertação dos demais reféns e a troca de prisioneiros, e a terceira prevê a reconstrução de Gaza.