A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou nesta quinta-feira, 31, a morte por hipotermia de 29 crianças e recém-nascidos na província de Al Hasakah, na Síria, nas últimas oito semanas. A maioria das vítimas faz parte da massa de 23.000 pessoas que se deslocou de áreas rurais de Deir ez-Zor para o campo de refugiados de Al Hol desde novembro para escapar dos conflitos do Exército com o Estado Islâmico.
“A situação no acampamento de Al Hol é crítica. As crianças estão morrendo de hipotermia enquanto suas famílias fogem para zonas seguras”, denunciou Elizabeth Hoff, representante da OMS na Síria.
Em comunicado, a OMS detalhou que os menores morreram durante o deslocamento para o campo de Al Hol ou logo depois de chegarem a este lugar. Muitas delas das 23 mil pessoas fizeram o trajeto a pé ou em caminhões abertos, todos expostos às baixas temperaturas.
Ao chegarem no campo de refugiados, encontraram-se igualmente expostos à intempérie, sem a proteção de tendas, cobertores ou calefação. Nos últimos dois meses, o campo de Al-Hol teve sua população triplicada.
“As autoridades estão sobrecarregadas e lutando para lidar com o grande número de pessoas. Muitos recém-chegados estão mal nutridos e exaustos depois de passarem anos de privações vivendo sob o jugo do Estado Islâmico e do Levante”, informou o texto.
Nessa região, as Forças da Síria Democrática (FSD), aliança integrada majoritariamente por milícias curdas e que ainda tem o apoio dos Estados Unidos, combatemos últimos redutos locais do Estado Islâmico. Segundo a OMS, o acesso dos refugiados aos outros campos mais próximos tem sido travado por restrições burocráticas e de segurança.
Desde o começo de janeiro, a OMS enviou quatro equipes sanitárias móveis a Al-Hol, que operam 24 horas por dia no atendimento aos enfermos. Os casos mais graves são enviados aos hospitais próximos. “As crianças gravemente desnutridas estão sendo enviadas a um hospital apoiado pela OMS em Al-Hasakah”, indicou a organização.
Segundo o jornal The Guardian, o sub-secretário-geral das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, alertou na quarta-feira 30 para o fato de milhões de pessoas estarem vivendo na Síria, sem abrigo, sob temperaturas congelantes, nevascas e chuva, depois de terem enfrentado hostilidades e ameaças.
Em 15 de janeiro, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), informou que pelo menos 15 menores tinham morrido pelas baixas temperaturas e a falta de assistência médica em menos de um mês na Síria, onde as organizações humanitárias têm difícil acesso às zonas de combate.
(Com EFE)