O ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, disse nesta sexta-feira, 13, que seu país, na prática, já se tornou um membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar ocidental liderada pelos Estados Unidos. Em entrevista à emissora britânica BBC, Reznikov afirmou que os países ocidentais antes estavam preocupados que a assistência militar pudesse ser vista pela Rússia como uma escalada do conflito, mas eles mudam sua “abordagem de pensamento”.
“A Ucrânia como país e as forças armadas da Ucrânia tornaram-se [um] membro da Otan. De facto, não de jure (por lei). Porque temos armamento e a compreensão de como usá-lo”, declarou.
O chefe da pasta disse ainda ter certeza de que a Ucrânia receberá armas há muito procuradas, como tanques e aviões caça, já que tanto a Ucrânia quanto a Rússia parecem estar se preparando para novas ofensivas após o fim do inverno.
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O presidente russo, Vladimir Putin, classificou sua invasão da Ucrânia como uma batalha existencial contra os países ocidentais que querem enfraquecer a Rússia. Autoridades russas argumentaram que estão lutando contra a Otan na Ucrânia, já que o Ocidente forneceu armas ao país no que eles chamam de guerra por procuração.
A Ucrânia busca se juntar à aliança militar há anos, o que Putin descreve como uma ameaça à segurança da Rússia. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pressionou por uma adesão rápida, mas não está claro se os membros da aliança vão aceitar sua adesão plena mesmo após o fim da guerra, apesar das promessas de apoio.
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O Artigo 5 da Otan diz que um ataque contra qualquer membro deve ser considerado um ataque contra todos, o que, no contexto da guerra na Ucrânia, significaria um embate entre Rússia contra os Estados Unidos, Canadá e 28 países europeus – essencialmente, uma guerra mundial.
Reznikov, no entanto, negou que seus comentários sejam controversos, já que a aliança tomou medidas para não ser vista como parte do conflito.
“Tenho certeza de que em um futuro próximo nos tornaremos membros da Otan, de jure”, disse.
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Enquanto a Polônia e o Reino Unido anunciaram planos para entregar tanques de guerra à Ucrânia pela primeira vez, Reznikov disse ter certeza de que a Ucrânia receberia “tanques, aviões de combate ou jatos e armamento de longo alcance” para atingir alvos a 300 quilômetros de distância, porque “as coisas estavam mudando” nos países ocidentais.
Para ele, os anúncios não devem desencadear uma resposta russa, apesar das ameaças de Moscou.
Na entrevista, o ministro da Defesa afirmou que “aproximadamente 500 ou 600” soldados russos estavam sendo mortos todos os dias em todo o país, enquanto a Ucrânia estava perdendo um décimo disso – números que não foram verificados por organizações independentes. Ele acredita que a Rússia pode estar tentando reunir “forças, munições e armas” para uma ofensiva nas áreas que já ocupa no sul e no leste.
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A Ucrânia, entretanto, precisa de tempo para se reagrupar e rearmar enquanto espera a chegada de armas ocidentais. “A primavera é o melhor período para refrescar o movimento para todos os lados”, disse ele.
No entanto, ele não repetiu a acusação de que a Rússia poderia estar preparando outra invasão a partir de Belarus, um alerta que foi rejeitado pelo chefe da agência de inteligência militar ucraniana. O movimento “levaria muito tempo e eles [Rússia] não têm recursos”, disse à BBC.