Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Na ONU, Irã denuncia “terrorismo econômico” dos Estados Unidos

Governo americano comemora a inflação de 52% e a queda de 6% do PIB no Irã como resultados das suas sanções contra o país

Por Vinícius Novelli
Atualizado em 25 set 2019, 16h25 - Publicado em 25 set 2019, 16h05
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Ao falar perante a Assembléia-Geral das Nações Unidas nesta quarta-feira, 25, o presidente iraniano, Hassan Rohani, denunciou o “terrorismo econômico” dos Estados Unidos contra seu país, na forma das sanções econômicas aplicadas desde a saída americana unilateral do acordo nuclear, em 2018.

    Publicidade

    Rohani transmitiu aos países presentes na assembléia a opinião do líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, de que seu país nunca “negociará com um inimigo” – os Estados Unidos, no caso – e questionou a moral do governo americano ao comemorar “a morte silenciosa de uma grande nação”.

    Publicidade

    Na última quarta-feira 20, o Departamento de Estado americano publicou no Twitter um vídeo curto mostrando os resultados da campanha de “máxima pressão” contra o governo iraniano. Na peça, o departamento aponta o aumento da inflação em 52% ao ano no país, a queda de 6% no Produto Interno Bruto (PIB), a diminuição na produção de barris de petróleo e a perda do valor da moeda iraniana. Segundo o governo americano, esses resultados econômicos mostram que a política de sanções contra Teerã está provocando resultado positivos e contribuirão para que a República Islâmica “se comporte como um país normal”.

    “Eu venho de um país que defende e resiste ao mais cruel terrorismo econômico. (Os Estados Unidos) recorreram à pirataria internacional ao usar indevidamente o sistema bancário internacional”, afirmou Rohani.

    Publicidade

    O presidente iraniano diz que o país nunca se rendeu à forças estrangeiras e, por isso, não iniciará negociações enquanto os Estados Unidos não retirarem as sanções e voltarem a cumprir sua parte do Plano Conjunto de Ação Global (JCPOA), o acordo nuclear de 2015.

    “Não podemos negociar com pessoas que se responsabilizam por aplicar as sanções mais duras da história e que atentam contra a dignidade e prosperidade da nossa nação. Nós nunca iremos esquecer esses crimes e esses criminosos”, disse Rohani.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    O presidente iraniano citou a Resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU, que endossa o JCPOA. Para ele, os Estados Unidos violaram o texto, abrindo uma lacuna em que a “soberania, a política e a independência econômica de todos os países no mundo” estariam sob o risco de interferência estrangeira.

    Apesar das duras críticas contra os Estados Unidos, Rohani mostrou que o Irã pode renegociar pontos do acordo. Em seu discurso, disse que, se os americanos demandarem maiores garantias de que Teerã não buscará a bomba atômica, deverão oferecer mais.

    Publicidade

    A União Europeia tenta salvar o acordo nuclear ao criar um mecanismo para driblar as sanções americanas, mas até o momento não conseguiu apresentar uma proposta promissora. Para pressionar os europeus, o Irã anuncia etapas de descumprimento do acordo, enriquecendo urânio e estocando combustível nuclear acima do limite estipulado pelo acordo. Porém, “a nossa paciência tem limite”, advertiu Rohani na ONU.

    “Enquanto os Estados Unidos desrespeitam o Conselho de Segurança e a Europa se mostra incapaz, a única via que nos sobra é nos apegarmos à nossa dignidade nacional, nosso orgulho e na nossa força”, afirmou.

    Publicidade

    Golfo Pérsico

    O presidente iraniano afirmou que um dos objetivos de Teerã na região é manter a paz entre seus vizinhos, incluindo a rival Arábia Saudita, por meio da formação de uma “Coalizão da Esperança” entre os países do Golfo. Essa coalizão garantiria a livre navegação e a segurança no Estreito de Hormuz, onde passa cerca 20% do petróleo do mundo.

    Continua após a publicidade

    Entretanto, esse plano só dará certo, segundo Rohani, se os Estados Unidos retirarem seu contingente militar da região. Os americanos, sublinhou ele, são a fonte de toda tensão no Oriente Médio.

    “A solução para alcançarmos a paz na Península Arábica, a segurança no Golfo Pérsico e a estabilidade no Oriente Médio deve ser buscada dentro da região, em vez de fora dela. Nossos problemas são maiores e mais importantes do que os Estados Unidos conseguem resolver”, concluiu.

    Apesar do aceno aos países árabes, o cenário de uma aliança entre Teerã e Riad para garantir a segurança no Golfo Pérsico parece estar distante. Há pouco mais de uma semana, um ataque contra as refinarias de petróleo da saudita Aramco comprometeu a produção de petróleo do país árabe e quase deflagrou um conflito aberto entre os dois países. Mesmo que os rebeldes houthis do Iêmen tenham reconhecido a autoria do ataque, o governo da Arábia Saudita e seus aliados, como Estados Unidos e países europeus, acreditam que o Irã foi o responsável.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.