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Na Itália, M5S alcança acordo com centro-esquerda para Conte ser premiê

Se a nova coalizão for confirmada, o líder da extrema-direita Matteo Salvini ficará de fora do governo

Por Da Redação
Atualizado em 28 ago 2019, 17h21 - Publicado em 28 ago 2019, 16h19

O Movimento Cinco Estrelas (M5S) alcançou um acordo político com o Partido Democrata (PD), de centro-esquerda, para formar um novo governo liderado pelo primeiro-ministro Giuseppe Conte na Itália, anunciou nesta quarta-feira, 28, o líder do M5S, Luigi Di Maio.

A indicação de um nome para premiê era o principal entrave enfrentado pelos partidos para chegar a um consenso para formar uma nova coalizão e deixar a Liga Norte, de Matteo Salvini, fora do governo e impedir a convocação de novas eleições.

Conte havia sido conduzido ao poder pela coalizão anterior, entre o Cinco Estrelas e a Liga, de extrema direita, diluída há duas semanas. Salvini foi o responsável por romper a antiga aliança e convocar uma moção de confiança contra o premiê.

Para impedir a total fratura de seu governo, Conte renunciou antes da discussão sobre o voto de confiança, dando início às negociações para a formação de um novo governo.

Nesta quarta, após se reunir com o presidente Sergio Mattarella, Di Maio anunciou que o PD aceitou a recondução de Conte para mais um mandato como primeiro-ministro.

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O ex-vice-premiê e ex-ministro do Trabalho também afirmou ter sido informado pela Liga que a legenda de Matteo Salvini queria indica-lo à chefia de governo. “Hoje, eu rejeito a oferta da Liga com serenidade e gratidão por aqueles que a fizeram”, disse.

No blog do M5S, Di Maio escreve que, “se o Presidente da República decidir apontar o Presidente Conte”, o Cinco Estrelas “espera que o processo de formação do novo governo comece a partir da criação de um programa homogêneo e coloque os cidadãos e os problemas que eles vivem todos os dias no centro”.

“Só após ter claramente definido o que fazer juntos, será possível decidir quem será chamado a pôr em prática as políticas acordadas”, finaliza Di Maio, em uma aparente referência à distribuição de ministérios entre o M5S e o PD.

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O secretário do PD, Nicola Zingaretti, afirmou que a coalizão é necessária para a Itália ter “um governo para aqueles que estão procurando emprego e querem realizar um projeto de vida” no país.

“Um governo que abraça uma clara descontinuidade de receitas econômicas em uma chave redistributiva e de equidade social” e que promove o desenvolvimento econômico “verde”, explicou.

“Confirmamos com firmeza a necessidade de construir um governo revolucionário e descontínuo”, acrescentou

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Novos inimigos

Pouco antes da divulgação do acordo, Salvini voltou a insistir na realização de eleições antecipadas e afirmou que uma futura aliança entre o Cinco Estrelas e o Partido Democrata “tem Salvini como inimigo”.

“Esperemos que este governo não nasça”, disse. “Quero que alguém me diga, sem rir, se o M5S e o PD podem formar um governo durável. Não seria mais fácil organizar uma campanha eleitoral com uma coalizão forte para os próximos cinco anos?”, perguntou, em referência à aliança entre seu partido com a conservadora Forza Itália e os ultraconservadores Irmãos da Itália. Segundo as pesquisas, essa coalizão teria mais de 50% de intenções de voto em caso de uma nova votação.

(Com AFP, Estadão Conteúdo e EFE)

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