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Na COP27, Al Gore diz que Banco Mundial pode virar ‘verde’ em um ano

Em entrevista ao jornal The Guardian, ex-vice americano diz que o banco precisa acabar com sua contribuição para o 'colonialismo dos combustíveis fósseis'

Por Da Redação
15 nov 2022, 17h18
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  • O ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, disse nesta terça-feira, 15, que uma reforma fundamental do Banco Mundial pode ser concluída dentro de um ano, de modo a reorientar seus gastos na crise climática e acabar com sua contribuição para o “colonialismo dos combustíveis fósseis”. 

    “Não sei por que precisa levar mais de um ano. Temos uma emergência em nossas mãos”, disse o ativista de longa data pela crise climática em entrevista ao jornal britânico The Guardian durante a Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas, a COP27, no Egito. 

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    Segundo ele, o órgão mundial é o principal responsável por ajudar o “colonialismo de combustível fóssil” através da corrida de gás na África e pediu por uma reforma urgente que irá fornecer trilhões de dólares para combater as mudanças climáticas. 

    “O Banco Mundial precisa ser reabastecido com um grande aumento e direitos de saque especiais. Eles precisam de trilhões, não de bilhões. Eles precisam reorientar sua missão em energia renovável”, disse.

    O político, que tem a reforma da entidade como uma de suas principais metas, já havia pedido a demissão do atual presidente, David Malpass, depois que ele se recusou a comentar sobre a questão ambiental e firmar uma data concreta para eliminar o financiamento de combustíveis fósseis. 

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    Para o ex-vice-presidente, Malpass se mostrou um negador do clima por muito tempo que insiste em fechar os olhos para o problema.

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    “Não houve visão no sistema. E quando você tem um negador climático responsável por isso, o que eles veem não é a transição energética, eles veem seus amigos nas empresas de combustíveis fósseis e nos bancos, que também estão ligados às empresas de combustíveis fósseis”, completou.

    Em resposta, o presidente do órgão procurou esclarecer a sua posição enviando um memorando aos funcionários reiterando o foco do banco na crise climática e até chegou a dizer que “as emissões de gases de efeito estufa estão trazendo impactos trágicos no desenvolvimento de várias maneiras”, durante palestra na Universidade de Stanford.

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    Além disso, um porta-voz da entidade afirmou que cerca de US$ 32 bilhões (R$ 170,5 bilhões), já foram fornecidos para financiamento climático em 2022. No entanto, o banco continuou a investir em projetos de combustíveis fósseis mesmo após o Acordo de Paris e seu financiamento de projetos para enfrentar a crise climática foi criticado como muito pouco e mal direcionado.

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    Um dos principais problemas se dá pelo fato de que os países em desenvolvimento que desejam avançar para energia renovável são caros, porque os financiadores do setor privado encaram a situação como um investimento de alto risco.

    Figuras importantes da comunidade internacional endossaram o discurso de Gore e insistem por uma reforma no Banco Mundial, como a primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, que usou o assunto como peça central de seu discurso de abertura para a conferência. O tema se tornou uma das pautas mais quentes da COP27 mesmo sem estar oficialmente nas mesas de negociação.

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    “Instituições criadas em meados do século 20 não podem ser eficazes na terceira década do século 21. Eles não descrevem questões atuais. A justiça climática não era um problema na época de sua criação”, disse Mottley. 

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