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Mursi declara estado de emergência após mortes em protestos

Presidente faz apelo por diálogo nacional, mas oposição rejeita chamado "sem sentido". Dezenas de pessoas morreram nos últimos dias em confrontos

Por Da Redação
28 jan 2013, 13h34
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  • O presidente do Egito, Mohamed Mursi, decretou estado de emergência durante um mês em três cidades do canal de Suez, onde dezenas de pessoas foram mortas em protestos que varreram o país e agravaram a crise política que acua o mandatário islâmico. Porém, centenas de manifestantes em Port Said, Suez e Ismailia se voltaram contra a decisão e convocaram novos protestos para esta segunda.

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    Os ativistas críticos do decreto afirmam que a medida é um retrocesso no Egito, que passou os 30 anos do governo de Hosni Mubarak sob um estado de exceção que permitia a repressão a grupos islâmicos de oposição, inclusive a Irmandade Muçulmana. Os moradores das três cidades afetadas prometeram desafiar o toque de recolher, que deve ser imposto diariamente das 21 horas às 6 horas.

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    Os distúrbios foram desencadeados no sábado, após a condenação à morte de 21 pessoas da cidade por ligação com um tumulto num estádio de futebol no ano passado, quando 74 pessoas morreram e 254 ficaram feridas nos enfrentamentos entre torcedores do clube local, Al Masry, e do Al Ahly, do Cairo, o mais popular do país. No domingo, pessoas que acompanharam os funerais na cidade voltaram sua ira contra o governo de Mursi.

    Confrontos – Os confrontos nas cidades egípcias já completam cinco dias. Antes mesmo da decisão judicial de sábado, houve conflitos nos protestos que marcaram o segundo aniversário da revolta contra Mubarak, dia 25 de janeiro.

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    Nesta segunda-feira, um homem morreu depois de ser atingido por um tiro perto da Praça Tahir, no Cairo, onde jovens estão acampados há várias semanas em protesto contra o governo. Segundo a agência estatal Mena, outras seis pessoas morreram em Port Said e quase 600 ficaram feridas.

    “Queremos derrubar o governo e acabar com o estado que é gerido pela Irmandade Muçulmana”, disse o cozinheiro Ibrahim Eissa, de 26 anos, que protegia o rosto do gás lacrimogêneo usado pela polícia contra os jovens, que atiravam pedras. A Praça Tahrir foi o epicentro da revolta de 2011. Mursi, ligado à Irmandade Muçulmana, prometeu “confrontar qualquer ameaça à segurança com força e firmeza, dentro do que permite a lei”.

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    Diálogo – Num apelo aos oponentes laicos e liberais, Mursi convocou um diálogo nacional para esta segunda-feira. Foram convidados representantes de 11 forças políticas, incluindo islamitas, liberais e esquerdistas. Mas a oposição rejeitou a convocação, por considerá-la “sem sentido”.

    Mohamed El-Baradei, um dos líderes da coalizão opositora Frente de Salvação Nacional, disse que antes de se realizar um diálogo nacional, o presidente deveria formar um governo nacional de unidade e fazer alterações na Constituição.

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    “A não ser que o presidente assuma a responsabilidade pelos incidentes sangrentos e prometa formar um governo de salvação nacional e uma comissão equilibrada para emendar a Constituição, qualquer diálogo será perda de tempo”, escreveu El-Baradei em sua página no Twitter.

    A oposição acusa Mursi de ser autocrático e ter forçado a aprovação de um novo texto constitucional que não protege adequadamente as liberdades de expressão e religião.

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    (Com agências Reuters e France-Presse)

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