O ex-presidente do Zimbabue, Robert Mugabe, decidiu nesta segunda-feira (28) não comparecer, pela segunda vez, ao Parlamento para dar explicações sobre o desaparecimento de receitas da exploração de diamantes quando ainda ocupava o cargo de líder do país.
Derrubado do poder em novembro do ano passado por um golpe de Estado, Mugabe foi convocado pelo Legislativo na semana passada para explicar os 15 bilhões de dólares (55 bilhões de reais) perdidos pelo governo devido à corrupção e ao contrabando de diamantes.
O presidente da comissão parlamentar de Minas e Energia, Temba Mliswa, explicou aos jornalistas que não restou outra opção: convocou Mugabe para uma nova audiência, para fazê-lo se explicar sobre como o dinheiro sumiu.
Se o ex-presidente não se apresentar voluntariamente, avisou Mliswa, será preciso enviar policiais para forçar Mugabe, de 94 anos, a comparecer na audiência marcada para o dia 11 de junho. O líder da oposição, Roy Bennett, foi preso em situação similar em 2005.
“Ele não será julgado. Só queremos ouvi-lo, para que ele forneça todas as informações que puder compartilhar”, explicou Mliswa.
Mugabe havia sido convocado para falar ao Parlamento na última quarta-feira (23), às 9h da manhã. Porém, não apareceu. Mliswa, então, considerou que “9h poderia ser muito cedo para Mugabe”, por isso marcou a audiência desta segunda-feira para às 14h do horário local (9h em Brasília).
Em 2016, Mugabe fez algumas declarações sobre a quantidade de dinheiro perdido pela corrupção e o contrabando de diamantes durante seu governo. O caso não foi aberto na época, porém, intrigou a oposição, que agora quer explicações. Ex-ministros e ex-funcionários do governo de Mugabe também foram ouvidos no Parlamento sobre o mesmo caso.
Mugabe, que chegou a ser preso pelo Exército do Zimbábue em novembro, anunciou a renúncia depois de 37 anos no poder naquele mês. Emmerson Mnangagwa, até então vice-presidente do país, assumiu o cargo e agora é o candidato do governo nas eleições de agosto.
(Com EFE)