Dezenas de pessoas, a maioria de origem latino-americana, se reuniram nesta quarta-feira (27) a poucas quadras da Casa Branca, em Washington, para expressar o descontentamento com a política migratória do governo e celebrar a decisão de um tribunal de ordenar a reunificação de famílias separadas nos últimos meses.
“Hoje temos uma ótima notícia. Um juiz ordenou que este presidente pare com essas políticas e que reunifique nossas famílias. As nossas famílias merecem muito mais, a nossa comunidade merece muito mais, este país merece muito mais”, sustentou durante o protesto Gustavo Torres, presidente do grupo CASA em Acción, organização que luta pelos direitos dos imigrantes.
Originalmente, estava previsto que o ato servisse para exigir que o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, colocasse fim à política de “tolerância zero” que, desde abril deste ano, provocou a separação de cerca de 2.000 menores de seus pais que entraram irregularmente no país.
No entanto, a decisão adotada ontem por um Tribunal de São Diego (Califórnia), que ordenou ao Executivo que reunifique estas famílias em um prazo máximo de 30 dias – 14 dias, no caso das crianças menores de cinco anos -, encorajou todos aqueles que tacham essa política de desumana.
“Eu me alegro muito que os juízes tenham determinado que aqui há leis e que é preciso segui-las. Além disso, por mostrarem que estas leis estão sendo violadas”, disse o congressista democrata Luis Gutiérrez.
Vestidas com camisetas com o lema #KeepFamiliesTogether (Mantenham as Famílias Unidas) e cantando frases como “o povo unido jamais será vencido”, os manifestantes se reuniram nas proximidades da Casa Branca e trouxeram suas crianças ao ato.
“Estamos aqui com uma série simples de exigências. A primeira, é preciso pôr fim à ridícula política de ‘tolerância zero’ que custou a tantas famílias a separação”, denunciou Kica Matos, representante da organização Fair Inmigration Reform Movement (FAIR).
Após uma série de discursos, nos quais vários imigrantes tomaram a palavra para contar suas experiências, a comitiva foi rumo ao Congresso americano para enviar sua mensagem aos legisladores. Nesta quarta-feira, a Câmara fracassou em votar um projeto de lei que daria um fim parcial à atual política migratória do governo.
(Com EFE)