A explosão de violência no Quênia já deixou mais de 300 mortos e 70 000 desabrigados e milhares de pessoas começam a fugir do país. O presidente reeleito Mwai Kibaki chamou os parlamentares da oposição para um encontro na capital Nairóbi, na tentativa de apaziguar o país. A onda de violência é a mais grave registrada no país nos últimos 25 anos e começou depois do resultado da eleição, no domingo – a oposição e até organismos internacionais colocaram em dúvida a lisura do pleito.
Um comunicado lido na manhã desta quarta pelo ministro Kivutha Kibwana acusou o partido do rival Raila Odinga de genocida. “Está ficando claro que esses atos de genocídio e limpeza étnica no Quênia foram planejados, financiados e ensaiados pelos líderes do Movimento Democrático Laranja, de Raila Odinga, antes das eleições”, afirmou. A oposição lança as mesma acusações ao partido do presidente eleito. Eles alegam que mais de 1 milhão de votos foram fraudados.
Êxodo e violência – Autoridades do vizinho Uganda informaram que centenas de membros da etnia Quicuio – a maior do Quênia e a mesma do presidente reeleito – já cruzaram a fronteira desde domingo fugindo dos assassinatos. Na cidade de Eldoret ocorreu o massacre em uma igreja nesta terça, em que pelo menos 50 pessoas, a maioria crianças, morreram queimadas dentro do prédio.
Repercussão – Comunidades internacionais já pronunciaram seus pedidos de paz e também a dúvida em relação á idoneidade das eleições. O ministro britânico de Relações Exteriores, David Miliband e a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, afirmaram em nota conjunta que “há relatórios independentes sobre sérias irregularidades na contagem dos votos”. Eles pediram um “intenso processo legal e político” para dar fim à crise.