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Morales diz estar disposto a retornar à Bolívia para ‘pacificar’ o país

Para boliviano, proclamação de Jeanine Añez como presidente interina é confirmação do 'golpe de Estado'

Por Da Redação
Atualizado em 4 jun 2024, 15h11 - Publicado em 13 nov 2019, 19h32
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  • Na primeira coletiva de imprensa após exílio no México, nesta quarta-feira, 13, o ex-presidente Evo Morales disse que voltaria à Bolívia para “pacificar” o país se a população pedisse.

    “Se meu povo pedir, estamos dispostos a voltar para apaziguar, mas é importante o diálogo nacional”, disse. Morales acrescentou que vai “voltar cedo ou tarde, quanto antes melhor, para pacificar a Bolívia”, país tomado por ações violentas há quase um mês. Até a terça-feira 12, eram sete os mortos em 23 dias de protestos, que começaram após a eleição em que Morales foi reconduzido para um quarto mandato. O pleito foi considerado fraudulento pela oposição, e a OEA apontou que a eleição estava repleta de “irregularidades”.

    Na coletiva, o ex-presidente pediu diálogo nacional, com “países amigos” como mediadores entre as forças políticas. Ele apelou à polícia e às Forças Armadas, que o pressionaram para renunciar, para que não atirassem contra o povo.

    Durante a coletiva, Morales disse também que “imagina” que os Estados Unidos estejam por trás do que ele chama de “golpe de Estado”. Para ele, a proclamação da vice-presidente do Senado Jeanine Añez como presidente interina é a confirmação do “golpe”, já que o Legislativo ainda não aceitou a sua renúncia, como prevê a Constituição.

    “Não há golpe de Estado”, diz Añez

    Contrariando a denúncia de Morales, Añez disse que “não há um golpe de Estado” na Bolívia, mas “uma reposição da legalidade constitucional”. 

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    Em seu primeiro discurso à população como presidente em exercício, no Palácio Quemado, em La Paz, garantiu que vai convocar novas eleições “o mais rápido possível” e que seu mandato é “estritamente provisório”.

    À população, a presidente interina pediu “uma transição pacífica e democrática”, dizendo que “são os líderes que têm o dever de lutar pelas necessidades e expectativas do povo, e não o povo que precisa lutar pelas ambições dos líderes”.

    Nesta quarta-feira, Añez tomou a primeira decisão como mandatária em exercício: nomear um novo Alto Comando Militar para o período de transição, destituindo Williams Kaliman, que comandou a ação dos militares, em auxílio à polícia, nas ruas da Bolívia na noite de protestos violentos após a renúncia de Morales.

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    No lugar de Kaliman, entra o general do Exército Carlos Orellana. Embora o Estado boliviano seja laico, um crucifixo e duas velas foram posicionados ao lado da Constituição da Bolívia na cerimônia de posse do militar. Em discurso, o novo comandante das Forças Armadas pediu “calma a toda a população da Bolívia”.

    (Com AFP e EFE)

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