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Moradores de Wuhan furam censura para protestar em redes sociais

Cidade está no epicentro da epidemia de coronavírus

Por Ernesto Neves Atualizado em 3 fev 2020, 16h51 - Publicado em 3 fev 2020, 16h22

Moradores de Wuhan estão utilizando as redes sociais para protestar contra a resposta do governo chinês ao surto de coronavírus.

Enquanto agências de notícias estatais reportam hospitais funcionando a pleno vapor, publicações feitas no Weibo, versão local do Twitter, mostram emergências lotadas e médicos exaustos.

Desde dezembro, aproximadamente 400 pessoas morreram e 17.000 foram infectadas pela doença.

O epicentro das infecções ocorre na província de Hubei, que tem a cidade de Wuhan, com 12 milhões de habitantes, como capital.

Médicos em hospital de Wuhan: sobrecarga
(reprodução/Reprodução)

Identificado apenas como Jianguo, um usuário da rede social postou uma foto de enfermeiros e médicos exaustos,  dormindo em cadeiras. A imagem rapidamente viralizou, mas foi retirada do ar logo em seguida pelo governo.

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“Não me importa o que diz a CCTV (emissora de TV estatal). A situação em Wuhan ainda é terrível”, escreveu.

Em outra postagem, um repórter do jornal de Hong Kong South China Morning Post chamado Xinyan Yu publicou um vídeo em que cidadãos reclamam da polícia, após o bloqueio da entrada de uma estação de trem de Wuhan (ver abaixo).

Na última quarta 29, um usuário do Weibo postou uma foto de seu avô no corredor de um hospital.

“Meu avô está com febre há três dias e nenhum centro médico o admite! O governo vai permitir que todos nós morramos assim?”, indagou. 

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Desde que chegou ao poder, em 2013, o presidente da China, Xi Jinping, vem aumentando a repressão a veículos de comunicação e o cidadão comum.

Desde dezembro, quando o surto teve início, a China controlou rigorosamente a cobertura da doença. 

Em relatório, a ONG de direitos humanos Human Rights Watch afirmou que as autoridades do país estão sistematicamente ocultando informações. 

A ONG disse ainda que a polícia chinesa perseguiu pessoas sob a alegação de que estariam “espalhando boatos” sobre o vírus.

Isso incluiu a detenção de um médico que alertou as autoridades que o novo vírus era semelhante à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que matou 349 pessoas e infectou 5.300 na China em 2003.

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