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Momento para conter possível ataque da Rússia está diminuindo, diz Otan

Fala de secretário-geral da aliança ocidental se dá em meio ao início de exercícios militares russos em Belarus, perto da fronteira com Ucrânia

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 fev 2022, 12h25 - Publicado em 10 fev 2022, 09h15

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte, principal aliança militar ocidental, alertou nesta quinta-feira, 10, sobre um “momento perigoso” para a Europa, à medida que a Rússia aumenta o número de tropas ao longo da fronteira com a Ucrânia e dá início a exercícios militares em Belarus. Apesar do alerta, Jens Stoltenberg reiterou uma oferta de negociações com Moscou para tentar aliviar as tensões.

Em fala à imprensa junto ao primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, Stoltenberg disse ter enviado uma carta ao chanceler russo, Sergei Lavrov, mostrando disposição a discutir maior transparência em torno dos exercícios militares, assim como controle de armas nucleares.

“Este é um momento perigoso para a segurança europeia”, disse o secretário-geral. “O número de forças russas está subindo. O tempo de aviso para um possível ataque está diminuindo”.

Para dar início nesta quinta-feira a dez dias de exercícios conjuntos, a Rússia transferiu cerca de 30.000 soldados, dois batalhões de sistemas de mísseis terra-ar e diversos caças para Belarus. Os treinamentos, no entanto, estão sendo vistos pelos Estados Unidos e pela Otan como pretexto para Moscou aumentar ainda mais o número de tropas ao longo da divisa com território ucraniano. A capital ucraniana, Kiev, fica a cerca de 200 quilômetros da fronteira com Belarus.

De acordo com o Ministério da Defesa da Ucrânia, há, atualmente, mais de 127.000 soldados russos posicionados perto das fronteiras ucranianas. A Rússia cercou o norte da Ucrânia, onde a fronteira é mais desguarnecida, posicionando seu Exército como uma ferradura, cercando a região por três lados, em territórios de Belarus, de quem é aliada.

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Segundo Stoltenberg, “a Otan não é uma ameaça à Rússia, mas precisamos estar preparados para o pior, enquanto também continuamos fortemente comprometidos em encontrar uma solução política”.

“A Rússia tem uma escolha: pode escolher uma solução diplomática – e estamos prontos para sentar à mesa – mas, se escolher confronto, irá pagar um preço mais alto”, declarou. “Haverá sanções econômicas. Haverá aumento de presença militar da Otan na parte oriental da aliança”.

Mais cedo, o chanceler russo, Sergei Lavrov, se encontrou com a chanceler britânica, Liz Truss. Segundo ele, uma resposta coletiva da União Europeia às propostas de segurança russas levariam a uma ruptura em conversas, mas insistiu que Moscou é a favor da diplomacia para aliviar tensões envolvendo a Ucrânia. 

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O Kremlin é contra a possível adesão de Kiev à aliança militar da Otan e vem alertando que uma confirmação terá consequências graves. Segundo o presidente russo, Vladimir Putin, uma eventual adesão do país vizinho à Otan é uma ameaça não apenas à Rússia, “mas também a todos os países do mundo”. Segundo ele, uma Ucrânia próxima ao Ocidente pode ocasionar uma guerra para recuperar a Crimeia – território anexado pelo governo russo em 2014 –, levando a um conflito armado. 

A Aliança, por sua vez, afirma que “a relação com a Ucrânia será decidida pelos 30 aliados e pela própria Ucrânia, mais ninguém” e acusa a Rússia de enviar tanques, artilharia e soldados à fronteira para preparar um ataque.

Na semana passada, Putin também os Estados Unidos e a Otan de tentar empurrar a Rússia para uma guerra, mesmo esperando que os diálogos continuem. Autoridades do governo americano acreditam que Putin ainda não tomou a decisão de invadir, porém esperam que isso possa acontecer nas próximas semanas. 

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Pouco depois, o governo russo novamente acusou Washington de aumentar as tensões na região após o anúncio de que enviariam mais de 3.000 soldados para a Alemanha, Romênia e Polônia. 

Em resposta, os Estados Unidos e a Otan descreveram a medida como um “forte sinal de que a Aliança se preocupa com seus aliados”.

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