A ministra do Interior de Portugal, Constança Urbano de Sousa, renunciou nesta quarta-feira, em decorrência dos incêndios florestais deixaram mais de 100 mortos no país nos últimos meses. Seu gabinete é responsável pelos bombeiros, pela polícia e pela agência de defesa civil, que enfrentaram severas críticas pelo gerenciamento das queimadas.
Em sua carta de demissão, Sousa justificou que “não tinha as condições políticas e pessoais para continuar no posto”. A ministra admite que pediu “insistentemente”, para que o primeiro-ministro português, António Costa, a “liberasse das funções” logo após o grande incêndio que atingiu o país em junho, que deixou 64 mortos. “Dei-lhe tempo para encontrar quem me substituísse, razão pela qual não pedi, formal e publicamente, a minha demissão”, escreveu a responsável pela pasta. O premiê de Portugal aceitou a renúncia da integrante do seu governo, sem anunciar um substituto até o momento.
Sousa, que estava no cargo há dois anos, vinha sendo questionada tanto pela opinião pública como por diferentes partidos políticos no país. A oposição Democrata-Cristã (CDS) havia anunciado uma moção de censura ao governo de Costa devido à gestão dos incêndios, e nesta terça-feira, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, chegou a lançar várias e duras advertências ao governo, ao qual pediu que se desculpasse com as vítimas dos incêndios florestais.
Centenas de incêndios atingiram o norte e o centro de Portugal desde domingo, após o verão mais seco em quase 90 anos. Pelo menos 41 pessoas morreram e 71 ficaram feridas – 14 em estado grave. O fogo, de acordo com uma porta-voz do governo, foi completamente controlado nesta terça-feira, mesmo dia quando foi decretado luto oficial de três dias no país.
(Com Reuters e EFE)