Um oficial da Marinha russa foi morto nesta quarta-feira, 13, em um ataque ucraniano à Crimeia, península anexada pela Rússia em 2014, disseram fontes dos serviços de segurança da Ucrânia às agências de notícias AFP e Reuters.
O ataque com carro-bomba aconteceu na cidade de Sebastopol e teria sido orquestrado pelo Serviço de Segurança da Ucrânia, de acordo com uma fonte do próprio órgão. O governador de Sebastopol, Mikhail Razvozhayev, afirmou que o carro explodiu no distrito de Gagarin, no leste da cidade.
O oficial morto foi identificado pelas forças ucranianas como Valery Trankovsky, chefe do gabinete da 41ª Brigada de Mísseis da frota da Marinha Russa no Mar Negro.
Uma fonte do Serviço de Segurança da Ucrânia disse à AFP que a explosão arrancou as pernas de Trankovsky e ele morreu devido à perda de sangue, o descrevendo como “criminoso de guerra” responsável pelo lançamento de mísseis de cruzeiro do Mar Negro contra alvos civis na Ucrânia.
O Comitê Investigativo da Rússia confirmou o ataque sem identificar o oficial morto. “Como resultado da explosão de um dispositivo explosivo improvisado fixado na parte inferior do carro, um militar das Forças Armadas russas foi morto”, disse o comitê, acrescentando que havia aberto uma investigação sobre “o fato de ter cometido um ataque terrorista”.
Trankovsky estava supostamente sendo vigiado há cerca de uma semana e o dispositivo explosivo foi detonado remotamente.
Troca de ataques
O ataque na Crimeia ocorre no mesmo dia em que a Rússia lançou seu primeiro ataque com mísseis contra a capital ucraniana desde agosto. A defesa aérea ucraniana disse ter interceptado 37 drones, dois mísseis de cruzeiro e dois mísseis balísticos em todo o país na quarta-feira, e não houve registro de vítimas ou grandes danos à cidade.
A Ucrânia tem como alvo dezenas de oficiais militares russos e autoridades nomeadas pela Rússia que Kiev acusa de cometer crimes de guerra contra seu país.
Em outubro, a Ucrânia assumiu a autoria de um ataque com carro-bomba que matou um funcionário da usina nuclear de Zaporizhzhia, ocupada pela Rússia. Seis meses antes, outro ataque com carro-bomba matou um funcionário do governo nomeado por Moscou na região de Lugansk, território controlado pela Rússia no leste da Ucrânia.