O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, tomará posse neste domingo, 20, com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro, sua esposa, Michelle, e dois dos seus filhos, Flávio e Eduardo, senador e deputado federal, respectivamente. Ao todo, a comitiva que acompanhará o filiado do Partido Liberal (PL) será composta por 50 políticos brasileiros, incluindo os governadores do Rio de Janeiro e de São Paulo, Cláudio Castro (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Crítico ferrenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Milei estendeu o convite ao petista, que enviará o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, em seu lugar. Lula recebeu convite para o evento durante uma reunião em Brasília entre o chefe do Itamaraty e Diana Mondino, futura chanceler da Argentina.
O político ultraliberal argentino foi eleito para comandar a Casa Rosada em 19 de novembro, com mais de 14 milhões de votos (55,69%), ocupando o posto de presidente mais votado da história da Argentina. Ele competia contra o ministro da Economia, Sergio Massa, que recebeu cerca de 11 milhões dos votos (44,30%).
Principais nomes brasileiros
Os governadores de Goiás e de Santa Catarina, Ronaldo Caiado (União Brasil) e Jorginho Mello (PL), comparecerão à solenidade. Os deputados Paulo Mansur (PL-SP), Milton Leite Filho (União Brasil-SP), Gil Diniz (PL-SP), Bia Kicis (PL-DF), Zé Trovão (PL-RS), Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP), Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Osmar Terra ( MDB – RS), Hélio Lopes (PL-RJ) também integram a comitiva bolsonarista.
Entre os senadores, Ciro Nogueira (PP-PI), Marcos Rogerio (PL-RO), Marcio Bittar (União-AC), Luiz Carlos Heinze (PP-RS) e Jorge Seif (PL-SC) também marcarão presença.
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Entre presidentes e reis
Embora tenha parabenizado o recém-chegado poucos dias após a divulgação do resultado, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, informou que não participará da cerimônia de posse. O comunicado da Casa Branca informou que ambos concordaram sobre “a importância de continuar a construir relações bilaterais fortes”.
Segundo a agência de notícias Reuters, não há indicativos de que o ex-presidente americano, Donald Trump, colega ideológico de Milei, aterrissará em Buenos Aires para participar do evento. Dono de opiniões e falas controversas, como a dolarização da economia argentina e a declaração de que o Papa Francisco é “representante do maligno”, Milei foi comparado a Trump e Bolsonaro durante a corrida presidencial.
Além disso, a transferência de poderes será testemunhada por presidentes de lados opostos do espectro político. Chamado de integrante da “praga socialista” por Milei, o esquerdista Gabriel Boric, presidente do Chile, estará presente no evento. Em telefonema, o conservador Luis Lacalle Pou, líder do Uruguai, não só convidou seu homólogo argentino para visitar o país quanto confirmou o convite para a cerimônia.
O rei Filipe VI de Espanha está entre os que deram uma resposta positiva a Milei. O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchéz, que junto ao chefe de Estado mexicano, Andrés Manuel López Obrador, e o ex-presidente do Uruguai, José Mujica, haviam manifestado abertamente o apoio à candidatura de Massa faltarão ao evento. Já o chefe do partido espanhol de extrema direita Vox, Santiago Abascal, atestou sua participação.