A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, advertiu neste domingo 30, em sua tradicional mensagem de fim de ano, sobre a “pressão” que há contra as “certezas da cooperação internacional”, e disse que as lições de duas guerras mundiais não são compartilhadas “por todos”.
“Em tal situação, temos que insistir novamente em nossas convicções, argumentar e lutar, e temos que assumir mais responsabilidade em nosso próprio interesse”, declarou.
Merkel mencionou os desafios impostos pela mudança climática, a imigração e a luta contra o terrorismo, e afirmou que, para solucioná-los, é necessário levar em conta seus próprios interesses e dos outros. “Essa é a lição de duas guerras mundiais no século passado. Mas esta convicção não é compartilhada neste momento por todos, as certezas da cooperação internacional estão sob pressão”, acrescentou.
Ela lembrou que a partir do dia 1º de janeiro, a Alemanha terá um posto não permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas e que seu país agirá em favor de “soluções globais”. “Aumentamos nossos meios de ajuda humanitária e ajuda ao desenvolvimento, mas também nossos gastos com defesa”, disse Merkel.
“Só resolveremos os desafios do nosso tempo se estivermos juntos e cooperarmos com outros além das fronteiras”, afirmou a chanceler, que também se referiu aos últimos eventos na política interna de seu país.
Neste sentido, ela destacou que em 2018 tomou a decisão de não voltar a desempenhar um cargo político no final do atual mandato, deixando a presidência de seu partido, a conservadora União Democrata-Cristã (CDU, na sigla em alemão). No encerramento, a chanceler alemã observou que o ano que termina foi “extremamente difícil do ponto de vista político”, e declarou que com sua decisão de deixar a direção de seu partido e no futuro a Chancelaria, encaminha para um “novo começo”.