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Merkel diz ter sérias dúvidas sobre acordo com Mercosul devido à Amazônia

Originalmente uma das grandes apoiadoras da aliança comercial, Alemanha junta-se a uma série de Estados-membros da UE que criticam o texto

Por Da Redação
21 ago 2020, 15h16
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  • A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse nesta sexta-feira, 21, ter “sérias dúvidas” sobre o futuro acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul devido às ameaças à floresta amazônica. É a primeira vez que a Alemanha critica o acordo, juntando-se a diversos outros membros do bloco que temem um possível impacto ambiental causado pela aliança.

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    “Temos sérias dúvidas de que o acordo possa ser aplicado conforme planejado, quando vemos a situação” na Amazônia, afirmou o porta-voz da chanceler, Stephan Seibert.

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    O vasto acordo de livre comércio foi assinado no ano passado entre os membros da União Europeia e os países do Mercosul, que inclui Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Para ser validado, todos os Parlamentos nacionais devem ratificá-lo, o que ainda não ocorreu.

    Até agora, a Alemanha era um dos grandes apoiadores da aliança comercial. As críticas inéditas feitas pelo governo nesta sexta-feira, contudo, aumentam o peso das críticas do lado europeu.

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    “A Amazônia preocupa o mundo todo”, afirmou o porta-voz da chanceler. “Estamos céticos”, completou, acrescentando que Berlim “levanta sérias dúvidas sobre a aplicação prevista” do acordo devido às “fortes preocupações” com o “desmatamento contínuo” e com os incêndios que aumentaram nas últimas semanas na Amazônia.

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    O Parlamento austríaco e o holandês já rejeitaram o acordo na sua forma atual. Outros países como Bélgica, França, Irlanda e Luxemburgo também expressaram hesitação.

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    Na sexta-feira da semana passada, a ombudsman da União Europeia, Emily O’Reilly – cuja função é melhorar a administração de órgãos do bloco –, decidiu abrir uma investigação sobre o acordo, atendendo a demanda de cinco ONGs sobre o estudo do impacto ambiental que seria causado. Diversos grupos ambientalistas expressaram preocupação sobre o que o tratado significaria para a Amazônia.

    Após 20 anos de negociações, os dois blocos chegaram no ano passado a um princípio de acordo comercial. Atualmente, o texto está na etapa de tradução para todas as línguas oficiais da União Europeia, após a conclusão de sua revisão jurídica. Esta etapa deve ser concluída até outubro.

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    Se implementado, o acordo prevê que 92% das exportações do bloco sul-americano para os 28 países-membros do bloco europeu sejam isentas de impostos por um período de dez anos.

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    Para responder às críticas de ambientalistas e desconfiança de parlamentos europeus, um capítulo abordando a “conservação florestal” foi incluído no texto final.

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    A Alemanha – e sua poderosa indústria exportadora, especialmente a automotiva – até agora era favorável ao acordo. A posição assumida por Merkel vem no dia seguinte a um encontro entre a chanceler e os dirigentes do movimento ambientalista “Fridays for Future”, do qual participou a ativista Greta Thunberg, em Berlim.

    As preocupações com as mudanças climáticas são amplamente compartilhadas pela opinião pública alemã e ganham cada vez mais peso no país, onde manifestações do movimento regularmente reúnem milhares de jovens ativistas. O Mercosul, que deseja estabelecer a aliança comercial o quanto antes, se vê cada vez mais longe do mercado europeu.

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    (Com AFP)

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