Mercenários do grupo Wagner participam de treinamento militar em Belarus
Yevgeny Prigozhin, chefe dos mercenários, informou que suas tropas ajudarão a "tornar o Exército bielorrusso o segundo Exército mais forte do mundo”
Soldados do grupo mercenário Wagner participaram nesta quinta-feira, 20, de um treinamento conjunto com militares bielorrussos em Brest, cidade próxima à fronteira com a Polônia. A informação foi divulgada pelo Ministério da Defesa de Belarus, país que abriga o chefe do grupo mercenário, Yevgeny Prigozhin, desde um motim contra o governo de Vladimir Putin, em junho deste ano.
Sob ameaças do Kremlin, Prigozhin colocou fim ao levante que marchava em direção a Moscou quando o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, formalizou um acordo com autoridades russas que previa anistia e permissão de que os envolvidos na rebelião pudessem se mudar para o país. Os mercenários tinham como opção, ainda, o ingresso nas Forças Armadas da Rússia ou voltar para suas respectivas casas.
Com a negociação, nove comboios de mais de 2.000 soldados Wagner chegaram a Belarus, de acordo com o grupo ativista bielorrusso Belaruski Hajun. Em comunicado, um comandante da tropa de Prigozhin anunciou que outros 10.000 mercenários ainda devem ser conduzidos ao país.
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Em um vídeo publicado nas redes sociais nesta quarta-feira, Prigozhin, apareceu cumprimentando combatentes em Belarus, sendo sua primeira aparição desde o motim de junho. Ele informou que suas tropas permaneceriam no país antes de seguir viagem para a África para ajudar a “tornar o Exército bielorrusso o segundo Exército mais forte do mundo”. O treinamento inaugurado nesta quinta-feira se estenderia, então, por uma semana.
Além da participação na guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro do ano passado, os soldados do grupo Wagner marcaram presença na Síria e em múltiplos países africanos desde 2014, quando foi fundado por Prigozhin. Em resposta à preparação em Belarus, o governo do Reino Unido congelou ativos e proibiu viagens de 13 mercenários à nação por abusos dos direitos humanos na África.
Contestando a presença dos paramilitares, a líder da oposição Sviatlana Tsikhanouskaya, que foi forçada a deixar Belarus após competir nas eleições consideradas fraudulentas de 2020, defendeu que “a chegada do Wagner aumentará a instabilidade e ninguém se sentirá seguro com esses criminosos de guerra perambulando pelo país”.
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Em meio aos receios de um possível ataque do grupo, o ministro da Defesa polonês, Mariusz Blaszczak, anunciou que algumas das tropas de seu país fossem transferidas para Biala Podlaska, cidade próxima a Brest, e para Kolno, ao norte. Ele afirmou, inclusive, que a ação tinha como finalidade dar um recado aos russos de que “a fronteira da Polônia não deve ser cruzada, que não valeria a pena atacar a Polônia”.
“Devemos ter em mente que trazer alguns milhares das forças de Wagner para a Belarus representa uma ameaça ao nosso país, daí minha decisão de mover algumas unidades militares do oeste da Polônia para o leste da Polônia”, disse à rádio estatal.