Uma menina guatemalteca de 7 anos morreu por desidratação e exaustão horas depois de ser colocada sob custódia da patrulha de fronteira americana. Segundo a agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP), a família havia chegado aos Estados Unidos no dia 6, por meio de uma brecha na divisa com o México. A história só foi divulgada na quinta-feira 13.
De acordo com dados da CBP, a garota e seu pai foram detidos por volta de 22h do dia 6, ao sul de Lordsburg, no Novo México, como parte de um grupo formado por 163 pessoas entregue a agentes americanos.
Ainda segundo informações da alfândega, às 6h25 da manhã, horário local, a criança começou a sofrer convulsões. O atendimento de emergência, que chegou pouco depois, mediu sua temperatura corporal em 40 graus, e de acordo com comunicado do órgão, ela “não havia consumido água ou comida por alguns dias.”
Depois de ter sido levada de helicóptero para o hospital infantil Providence, em El Paso, no estado do Texas, a menina teve uma parada cardíaca e foi reanimada. “Contudo, a criança não conseguiu se recuperar e morreu no hospital menos de 24 horas depois de ser transportada”, disse a CBP.
Autoridades não divulgaram o nome da garota ou de seu pai, mas ele continua em El Paso aguardando encontro com autoridades do consolado da Guatemala. A agência federal declarou em nota que “está investigando o incidente para assegurar que políticas apropriadas sejam seguidas.”
Comida e água são normalmente oferecidos a migrantes sob custódia da Patrulha de Fronteira, e não ficou claro se a garota recebeu provisões e passou por exame médico antes de convulsionar.
“Nossas mais sinceras condolências a família da criança”, disse o porta-voz da CBP, Andrew Meehan, em uma nota ao The Washington Post.
“Os agentes da patrulha de fronteira adotaram todas as medidas possíveis para salvar a vida da criança sob condições muito desafiadoras”, acrescentou Meehan, “como pais e mães, irmãos e irmãs, somos empáticos a perda de qualquer criança.”
Embora a autópsia ainda leve algumas semanas, os médicos de El Paso indicaram que a menina sofreu de choque séptico, desidratação e febre.
A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) culpou a “falta de prestação de contas, e cultura de crueldade dentro da CBP” pela morte da garota. “O fato de que demorou uma semana para que essa história se tornasse pública mostra a necessidade de transparência para a agência. Pedimos uma investigação rigorosa de como essa tragédia aconteceu e sérias reformas para prevenir futuras mortes”, disse Cynthia Pompa, advogada do Centro de Direitos de Fronteira da ACLU.