Melhor amigo do homem? A curiosa e letal nova arma da China
Pequim lança cachorro-robô equipado com rifle automático e câmera 4D, que pode obedecer ordens à distância e evitar obstáculos de forma autônoma
Os militares da China lançaram uma curiosa nova arma: um cachorro-robô que é armado com um rifle automático nas costas. Imagens, divulgadas pela emissora estatal CCTV no último sábado 25, mostram um soldado operando à distância o robô durante o exercício militar Golden Dragon 2024, um treinamento conjunto China-Camboja.
O cachorro metálico pesa 15 quilos e é equipado com uma câmera 4D, sendo capaz de “fornecer transmissão em tempo real de imagens de reconhecimento”, explica o vídeo. O dispositivo conta com baterias, localizadas onde seria o abdômen do bichano, que o permitem funcionar por até quatro horas. Em operação, ele consegue fazer os mais variados movimentos, como abaixar, andar agachado, pular, correr e até mesmo dar ré, garantindo a flexibilidade e a rapidez necessárias caso seja empregado em campos de batalha.
Mais do que obedecer ordens, o equipamento também pode criar rotas, atacar supostos alvos e evitar obstáculos sem intervenção humana. Na gravação da CCTV, é possível observar militares em treinamentos táticos, com armas de fogo. O robô avança, então, na frente dos soldados para avaliar o terreno — no caso, um labirinto com telas verdes. Também são exibidas cenas em que a poderosa arma dispara como teste.
“Ele pode servir como um novo membro em nossas operações de combate urbano, substituindo nossos membros [soldados humanos] para realizar reconhecimento, identificar um inimigo e atacar um alvo”, explica o soldado Chen Wei no vídeo.
Além do cão-máquina, os exercícios militares com o Camboja incluíram drones de carga, de reconhecimento e táticos para “melhorar as capacidades gerais de combate dos soldados”.
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Taiwan x China
As imagens, que também mostraram camburões chineses, foram divulgadas em meio ao aumento das tensões entre China e Taiwan — o governo do recém-empossado presidente taiwanês, Lai Ching-te, tem emitido declarações mais pró-independência, enquanto Pequim considera a pequena ilha vizinha como parte de seu território.
Na última sexta-feira 24, a China realizou um teste de ataques com mísseis contra Taiwan. Segundo o exército chinês, os treinamentos testam suas capacidades para “tomar o poder” no território vizinho e punir “atos separatistas”.
Frente às desavenças com Lai, o Exército chinês anunciou na última quinta-feira 23 o início de exercícios militares com o objetivo de anexar Taiwan. O treinamento tem como alvo cinco áreas no mar próximas à principal ilha de Taiwan, chamada Formosa, além de outras ilhotas taiwaneses mais próximas à China continental.
O presidente chinês, Xi Jinping, não descartou o uso de força para tomar a ilha e, segundo a inteligência ocidental, ordenou que o exército esteja preparado para uma invasão até 2027. Os exercícios anunciados na semana passada envolveram a força aérea chinesa, a marinha, a força de foguetes, o exército e a guarda costeira.