Médicos dos EUA listam cinco motivos para vetar cultos religiosos
Em novembro passado, organização foi contra decisão da Suprema Corte que derrubou restrições no estado de Nova York
A Associação Médica Americana (AMA), a maior associação de médicos e de estudantes de medicina dos Estados Unidos, desaconselha a abertura de templos religiosos e a realização de cultos presenciais durante a pandemia de Covid-19. A organização manifestou sua posição durante um julgamento realizado pela Suprema Corte em novembro passado.
O tribunal derrubou as restrições ao número de pessoas que podem participar de cultos religiosos no estado de Nova York. A restrição havia sido imposta pelo governador Andrew Cuomo, democrata, com o objetivo de evitar aglomerações em regiões mais afetadas pela pandemia.
Segundo a AMA, porém, a reunião de muitas pessoas em ambientes fechados representa um “grande risco de propagação da Covid-19”. “O risco de comparecer a um culto religioso é semelhante ao de participar de um evento esportivo em um local fechado, ir a um bar ou comer em um restaurante”, disse a organização.
Em Nova York, durante as fases mais restritivas do combate à pandemia, todas essas atividades estavam proibidas. Mesmo com o avanço da campanha de vacinação, bares e restaurantes ainda operam com lotação reduzida e eventos esportivos de grande porte estão proibidos.
A associação ainda elaborou uma lista com as cinco principais razões que tornam os cultos religiosos eventos perigosos durante a pandemia:
Espaços fechados: Desde o início da crise sanitária, diversos focos de infecção foram relacionados a eventos em ambientes internos. Mesmo que uma boa ventilação possa reduzir a transmissão, não há consenso científico sobre os padrões para controlar a propagação do coronavírus em ambientes fechados.
Aglomerações: Quanto maior o grupo de pessoas que se reúne durante a pandemia, maior a probabilidade de que haja pessoas infectadas entre os presentes.
Distanciamento: As gotículas transmissoras do coronavírus podem permanecer no ar e viajar mais de 1,80 metro em ambientes fechados, segundo a AMA. A comunidade científica ainda não chegou a um consenso sobre o que é uma “distância segura” para manter de outras pessoas, mas sabe-se com certeza que quanto maior o distanciamento social maior é a segurança.
Longa exposição: A quantidade de vírus a que uma pessoa é exposta pode influenciar a chance de infecção e a gravidade da doença. Por isso, ficar no mesmo lugar por mais tempo cria um risco maior de infecção.
Falar alto e cantar: Ao falar em um tom de voz mais elevado ou cantar, o ser humano expele significativamente mais gotículas de fluido oral do que o normal. As gotículas podem permanecer no ar por 8 a 14 minutos antes de evaporar.