Baleado pela polícia durante um protesto em Hong Kong na terça-feira 1, o estudante Tsang Chi-kun, de 18 anos, vai responder à Justiça por provocar tumulto e por agressão e estará sujeito a ser condenado a pena máxima de dez anos e seis meses de cadeia e ao pagamento de uma multa, informaram as autoridades locais. As manifestações de terça se dirigiram especialmente às celebrações dos setenta anos da revolução comunista que fundou a China contemporânea.
Na terça-feira, quando Tsang e um grupo de manifestantes entraram em conflito com os policiais no subúrbio de Tsuen Wan, o estudante foi baleado a queima roupa. A bala perfurou seu pulmão esquerdo, a três centímetros de seu coração. Seu quadro está estável, após ter passado por cirurgia.
Essa foi a primeira vez que as autoridades de Hong Kong dispararam com arma de fogo contra manifestantes em quase quatro meses de protestos seguidos. Desde junho, milhões de cidadãos da região especial administrativa foram às ruas após a introdução da lei de extradição para a China, que já foi descartada no início de setembro.
Segundo o site de notícias Hong Kong Free Press, a polícia de Hong Kong alterou suas diretrizes para controle dos protestos na segunda-feira anterior ao aniversário de 70 anos da revolução comunista. Antes da emenda, as autoridades só podiam usar armas de fogo contra manifestantes que demonstrassem “intenção” de causar morte ou lesão grave. A partir de então, tal restrição teria sido omitida.