Mais de 60% dos republicanos planejam usar rede social anunciada por Trump
Projeto foi anunciado na semana passada pelo ex-presidente dos EUA e tem parceria com empresa de deputado federal brasileiro
Mais de três a cada cinco republicanos pretendem usar regularmente a rede social anunciada pelo ex-presidente americano Donald Trump, segundo uma pesquisa de opinião Morning Consult/Politico. Apesar de o político republicano dizer que democratas seriam bem-vindos no site, o TRUTH Social, poucos se mostraram muito dispostos, assim como os independentes.
A pesquisa de opinião, feita com 1.999 eleitores registrados, indicou que 27% dos republicanos planejam usar “muito” a plataforma, enquanto 34% planejam usá-la “um pouco”. Apenas 20% disseram que não planejam usá-la de qualquer maneira, enquanto 19% disseram que entrarão “não muito” no site.
Entre os democratas, a diferença é clara: 72% disseram que não planejam usar a plataforma de maneira alguma, enquanto apenas 7% pretendem usar “muito”, e 11% “um pouco”.
Last week, former President Donald Trump announced his new social media platform TRUTH Social. The platform does not appear to have wide appeal, as only 15% of all voters said they will use it a lot. https://t.co/22m905sryv pic.twitter.com/ShPYC0WTIp
— Morning Consult (@MorningConsult) October 27, 2021
O projeto da rede social, que pretende “enfrentar as Big Techs“, foi anunciado pelo ex-presidente na semana passada, depois de ter suas contas no Twitter e Facebook banidas pela violenta invasão de seus apoiadores ao Capitólio, em Washington.
Em entrevista ao portal Axios, o CEO da Rightforge, que hospedará a TruthSocial, disse esperar 75 milhões de usuários. A ideia é que a rede social seja lançada em versão beta no próximo mês, com versão consolidada já no primeiro trimestre de 2022, na primeira de três etapas dos planos da companhia.
Em um comunicado, Trump disse que a ideia é criar “um rival para o consórcio da imprensa de esquerda e lutar contra as companhias Big Tech do Vale do Silício, que usam seu poder unilateral para silenciar vozes opositoras nos Estados Unidos”.
“Vivemos em um mundo onde o Talibã tem uma grande presença no Twitter; Ainda assim, seu presidente americano favorito foi silenciado. Isso é inaceitável”, escreveu no comunicado.
A principal parceira do projeto é a empresa Digital World Acquisition, que tem como diretor financeiro Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP), deputado federal e aliado do presidente Jair Bolsonaro. Antes de entrar na política, ele já havia trabalhado no mercado financeiro, incluindo o banco de investimento JPMorgan.
A empresa, de aquisição de propósito específico criada em Miami um mês depois de Trump perder a eleição de 2020, é do tipo popularmente conhecida como “cheque em branco”, que serve para levantar capital por meio de uma oferta pública inicial com o objetivo de comprar outras empresas.