Ex-porta-voz da Casa Branca diz que Trump buscará vingança em 2024
Falhas na administração de Biden fazem com que Trump cogite sua canditura para 2024; Grisham diz que eventual vitória representa enorme risco à democracia
Ex-porta-voz da Casa Branca, Stephania Grisham afirmou que Donald Trump será uma ameaça ainda maior à democracia caso vença as eleições para a presidência em 2024.
Grisham, que além de porta-voz também foi assessora da ex-primeira-dama Melania Trump está prestes a lançar um livro sobre seu período como funcionária do ex-presidente.
“Ele é claramente o líder do Partido Republicano e todos estão mostrando sua fidelidade. Ele está em sua viagem de vingança contra todos aqueles que ousaram votar pelo seu impeachment”, disse em entrevista à rede ABC nesta segunda-feira, 4.
“Eu quero apenas alertar as pessoas que, uma vez no cargo, ele não precisará se importar mais com a reeleição. Isso abre espaço para ele ser vingativo e provavelmente ele seguirá firme por esse caminho”, completou.
O Washington Post relatou, também nesta segunda, que Trump chegou perto de anunciar a sua candidatura para 2024 de maneira oficial, porém foi aconselhado a adiar.
O lançamento do livro de Grisham está marcado para a próxima terça-feira, 5, e promete trazer detalhes contundentes sobre o período de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos. A ex-assessora já havia comparado Melania com a rainha francesa Maria Antonieta, morta durante a Revolução Francesa.
Em comunicado nesta semana, a ex-primeira-dama acusou a ex-funcionária de “tentar desesperadamente reabilitar sua reputação manchada, distorcendo e manipulando a verdade”. Ela já havia emitido nota parecida em meados de setembro, quando o livro foi anunciado.
Em resposta, a ex-assessora disse que em nenhum momento a esposa de Donald Trump tenta negar as informações do livro, uma vez que ela sabe que há provas que corroboram todo o seu conteúdo.
Stephanie Grisham foi a terceira de quatro secretários de imprensa que Trump teve durante seus anos na presidência e trabalhou também como conselheira e assessora direta de Melania durante parte desse período.
Ela renunciou ao cargo um dia após os atos de 6 de janeiro, quando apoiadores do Republicano invadiram o Capitólio de forma a tentar reverter o resultado das eleições, responsável por levar Joe Biden ao poder. Questionada pela ABC, Grisham disse que deveria ter pedido demissão muito antes de janeiro, porém se doou para a campanha de forma verdadeira e leal.
Em sua defesa, ela disse demorou para ver de perto como a administração do ex-presidente funcionava e que o departamento onde ficava era muitas vezes “protegido da enorme toxicidade do local”. A ex-assessora critica ainda uma série de funcionários próximos a Trump como o ex-conselheiro chefe e genro, Jared Kushner, e a ex-conselheira sênior e filha do ex-presidente, Ivanka Trump.
Perguntada durante a entrevista o motivo pelo qual não ajudou a jovem assessora de imprensa que foi objeto de atenção inadequada de Trump, Grisham se esquivou e disse que não há um departamento de RH na Casa Branca para a realização desse tipo de reclamação.
O Politico informou que mensagens de textos apontam que a ex-assessora apoiou, em um primeiro momento, os esforços para lançar dúvidas sobre os resultados no estado do Arizona, vencido por Biden em 2020.
“O que eu quero agora é educar o público de qualquer maneira sobre os comportamentos dentro da Casa Branca, porque parece que ele tentará se eleger novamente em 2024”, completou.
Donald Trump segue arrecadando fundos para provocar uma nova corrida para ser o candidato do Partido Republicano nas próximas eleições presidenciais americanas. No último final de semana, ele disse ao Yahoo Finance que derrotaria Ron DeSantis, governador da Flórida que é tido como um dos nomes mais fortes do partido.
Kellyanne Conway, ex-gerente da campanha de Trump, disse ao Washington Post que as recentes falhas de administração do governo Biden mudaram totalmente as intenções para 2024.