Mais de 50.000 refugiados ucranianos deixaram o país em menos de 48 horas, desde que a Rússia deu início a uma invasão à Ucrânia, afirmou nesta sexta-feira, 25, o alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi. A maioria das pessoas foi para a Polônia e a Moldávia, mas também há casos de travessias para Eslováquia e Romênia.
“Mais de 50.000 refugiados ucranianos fugiram de seu país […] e muitos outros estão se movendo em direção às suas fronteiras”, disse Grandi em publicação no Twitter. “Agradecimentos sinceros aos governos e ao povo dos países que mantêm suas fronteiras abertas e acolhem os refugiados”.
A agência para refugiados da ONU estima que até 5 milhões de ucranianos serão deslocados ao longo do conflito. Espera-se que 3 milhões de pessoas cheguem só na Polônia, que faz parte da Otan, a principal aliança militar ocidental, e está mantendo as fronteiras abertas.
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Na Lituânia, é estimado que mais de 100.000 refugiados cheguem nas próximas horas.
“Estamos tentando fazer todo o possível para acolhê-los”, disse Gintaras Grusas, Arcebispo de Vilnius, capital lituana.
Segundo a diretora regional do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) para a Europa e Ásia Central, Afshan Khan, as agências humanitárias da ONU terão de prestar assistência não apenas aos refugiados que deixam a Ucrânia, mas também às famílias deslocadas dentro do país.
“Estamos preparando com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados planos de contingência para a saída de uma população de um a três milhões de pessoas para a Polônia, e de um a cinco milhões considerando todos os países vizinhos”, disse Khan.
A representante afirmou que ficou decidido reativar o plano lançado diante da crise de refugiados que abalou a Europa entre 2015 e 2016, naquela ocasião como resultado da guerra na Síria.
Tendo isso em vista, a organização está intensificando operações humanitárias na Ucrânia e nos países vizinhos à medida que as pessoas começam a fugir. De acordo com o secretário-geral da organização, António Guterres, 20 milhões de dólares em fundos já foram liberados para gerenciar a crise.
“A proteção dos civis deve ser a prioridade número um”, acrescentou o secretário, que reforçou que a ONU está dando suporte humanitário para “ambos os lados”.