Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Mais de 400 trabalhadores imigrantes morreram no Catar, diz chefe da Copa

No ano passado, o comitê organizador do evento havia relatado 38 mortes de migrantes em construções ligadas ao evento esportivo

Por Da Redação
Atualizado em 30 nov 2022, 15h54 - Publicado em 29 nov 2022, 16h54

O chefe da Copa do Mundo, Hassan Al-Thawadi, disse na segunda-feira 28 que entre 400 e 500 trabalhadores imigrantes morreram no Catar, como resultado do trabalho realizado em construções relacionadas ao torneio. O número é maior do que os funcionários do país admitiam anteriormente: no ano passado, o comitê organizador do evento relatou 38 mortes de imigrantes, 35 delas classificadas como “não relacionadas ao trabalho”.

“A estimativa é de cerca de 400, entre 400 e 500”, disse Al-Thawadi, em entrevista no programa britânico TalkTV. “Não tenho o número exato, isso é algo que está sendo discutido. Uma morte é demais, simples assim”. 

“Acho que todos os anos os padrões de saúde e segurança nos locais estão melhorando, pelo menos em nossos locais, os locais da Copa do Mundo, aqueles pelos quais somos responsáveis, definitivamente”, acrescentou. 

A verdadeira quantidade de mortes como resultado do trabalho no país é um grande mistério. Anistia Internacional revelou em 2021 que o Catar falhou em investigar as mortes de dezenas de trabalhadores migrantes na última década.

Continua após a publicidade

De acordo com a organização de direitos humanos, a maioria das mortes de imigrantes no país foi atribuída a “causas naturais”, falhas cardíacas ou respiratórias. As classificações, no entanto, são “sem sentido” quando não há a verdadeira causa da morte explicada, afirma um especialista citado no documento.

+ ‘Foi um erro’: a dura declaração de Joseph Blatter sobre a Copa do Mundo

Outras organizações de direitos humanos também têm investigado a situação de trabalhadores imigrantes no Catar. O relatório mais recente, publicado em 10 de novembro pelo grupo Equidem, aponta que imigrantes que construíram os estádios da Copa  sofreram “violações persistentes e generalizadas dos direitos trabalhistas”. As alegações incluem discriminação baseada na nacionalidade, práticas ilegais de recrutamento e até salários não pagos.  

Continua após a publicidade

A maior parte dos funcionários ouvidos afirmaram enfrentar exploração severa e foram forçados a trabalhar em uma cultura de medo e ameaça sustentada por discriminação baseada na nacionalidade e violência no local de trabalho, incluindo abuso físico, verbal e mental. Além disso, o relatório diz que as empresas que trabalharam nas construções fizeram vista grossa e “fugiram ativamente das inspeções”. O documento pede que a Fifa estabeleça um fundo de compensação para os trabalhadores que sofreram durante a construção dos estádios.

Em nota enviada a VEJA, em novembro, o Comitê Supremo para Entrega e Legado do Catar afirmou que o relatório está “repleto de imprecisões e deturpações, minando o compromisso do comitê em garantir a saúde, a segurança e a dignidade dos trabalhadores nos projetos da Copa do Mundo”. 

Estatísticas oficiais do governo mostram que 15.021 trabalhadores de fora do Catar morreram no país entre 2010 e 2019. Os dados, no entanto, não indicam apenas trabalhadores migrantes que morreram por condições de trabalho, à medida que inclui pessoas de todas as idades, ocupações e causas. Os dados oficiais também não indicam quantos morreram em construções ligadas à Copa do Mundo. 

Continua após a publicidade

O jornal britânico The Guardian informou, no ano passado, que 6.500 imigrantes do sul da Ásia morreram no Catar desde que o país foi escolhido como sede da Copa em 2010, a maioria dos quais envolvidos em trabalhos perigosos e de baixa remuneração, realizados em calor extremo.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.