Pelo Twitter, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, se posicionou neste domingo, 6, contra as decisões do Grupo de Lima – de permitir o rompimento de relações de seus membros com Caracas – e do Parlamento venezuelano – de considerar seu governo ilegítimo.
Maduro foi reeleito em 20 de maio do ano passado em eleições boicotadas pela oposição e não reconhecidas pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por vários países latino-americanos.
Neste sábado, 5, a Assembleia Nacional reconheceu a eleição como nula e afirmou que a partir de 10 de janeiro, quando Maduro toma posse, a Presidência do país será usurpada.
Em um tuíte, Maduro pareceu responder à decisão do Parlamento, afirmando que a Revolução Bolivariana de seu país chegou ao poder por via democrática há 20 anos e vem se consolidando por meio de 23 vitórias eleitorais legítimas e do voto do povo.
“Aqueles que procuram dobrar a nossa vontade, não se enganem”, escreveu.
Em uma segunda publicação, o líder socialista compartilhou uma mensagem da emissora estatal Telesur. O post fala sobre o apoio recebido pela Venezuela de nações aliadas após a decisão do Grupo de Lima de concordar com o possível rompimento de relações de seus membros com Caracas.
O tuíte leva a uma reportagem no site da emissora, que comenta o apoio recebido por Maduro dos governos de Cuba e Bolívia após a decisão do bloco de países das Américas.
Em uma declaração conjunta, 13 dos 14 países membros do grupo – o México recusou-se a aceitar seus termos – também pediram que o líder chavista não assuma outro mandato e transfira ao Parlamento o comando do Poder Executivo até que sejam realizadas novas eleições presidenciais democráticas.
A decisão sobre manter ou romper as relações com a Venezuela cabe agora a cada país do grupo. O governo brasileiro ainda não manifestou sua posição.
Logo após a publicação da decisão, Maduro acusou o Canadá e os 12 países latino-americanos que assinaram a declaração de “incentivar um golpe de Estado”.
Segundo o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, a declaração foi elaborada após o Grupo de Lima receber “instruções do governo dos Estados Unidos através de uma videoconferência”.
“O mundo inteiro será testemunha da posse do presidente Nicolás Maduro (…) e nada nem ninguém, muito menos o imperialismo, como tigre de papel, poderá impedir que isso ocorra”, ressaltou Arreaza.