Maduro é acusado de impedir entrada de venezuelanos no país
Voos de repatriação organizados por diplomatas de Juan Guaidó nos EUA foram impedidos de pousar na Venezuela
Representantes de Juan Guaidó, reconhecido por cerca de cinquenta países como presidente interino da Venezuela, denunciaram nesta quinta-feira, 30, que o presidente Nicolás Maduro não autoriza a entrada de voos humanitários com venezuelanos procedentes dos Estados Unidos.
A missão de Guaidó em Washington coordenou dois voos fretados para repatriar um grupo de venezuelanos que estavam presos nos Estados Unidos, porém o governo de Caracas suspendeu todos os voos como medida de proteção contra a pandemia do coronavírus.
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Clique e Assine“O governo de Nicolás Maduro não permite que esses voos humanitários cheguem à Venezuela”, afirmou em comunicado o líder da oposição Carlos Vecchio, embaixador de Guaidó nos Estados Unidos. “Como vemos, eles não se importam com as pessoas”, ressalta no documento.
O objetivo era que um desses aviões pousasse no aeroporto internacional na região de Caracas, o Maiquetía, e o outro na cidade de Maracaibo, no oeste, depois de parar no México. A operação contava com o apoio do governo venezuelano e dos Estados Unidos.
A ideia era que as duas aeronaves retornassem aos Estados Unidos passando pelo México, transportando americanos que também estivessem confinados na Venezuela. No entanto, “ontem à noite (quarta-feira), o regime de Maduro negou qualquer possibilidade”, comentou o porta-voz Johan Merchan.
Segundo ele, há cerca de 800 venezuelanos nessa situação, seja porque seus limites de permanência estão prestes a expirar ou porque estavam visitando o país quando as companhias aéreas cancelaram voos e os países fecharam fronteiras contra o avanço agressivo do coronavírus.
Há três semanas, um voo humanitário da companhia aérea estatal venezuelana Conviasa – sob sanção do governo de Donald Trump – transferiu 154 passageiros da Venezuela para o México em direção aos Estados Unidos, incluindo americanos que retornaram ao seu país. Esse voo trouxe de volta ao seu país 133 venezuelanos que foram transportados até o México a partir dos Estados Unidos.
Em meados de março, o governo Maduro decidiu suspender todos os embarques e desembarques do exterior como forma de conter a pandemia do coronavírus, mantendo muitos estrangeiros confinados no país.
Segundo os dados oficiais, a Venezuela tem 333 casos confirmados da Covid-19 e 10 mortes. A oposição e membros da comunidade médica já acusaram o governo de subnotificar os casos.
(Com AFP)