Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Itamaraty: missão diplomática na Venezuela retorna ao Brasil nesta sexta

A medida já havia sido decidida antes da pandemia da Covid-19; governo brasileiro também encerrou atividades consulares em cinco países caribenhos

Por Da Redação
Atualizado em 17 abr 2020, 18h06 - Publicado em 17 abr 2020, 16h47

O Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Defesa anunciaram nesta sexta-feira, 17, a repatriação dos integrantes da representação diplomática e das repartições consulares do Brasil na Venezuela. A embaixada brasileira já está fechada desde quinta-feira 16 e os consulados desde março, em medida decidida antes mesmo da pandemia da Covid-19.

“Os integrantes da representação diplomática e das repartições consulares brasileiras na Venezuela, incluindo diplomatas e demais servidores do Itamaraty, adidos militares e civil e familiares, totalizando 38 pessoas, regressam nesta sexta-feira, 17, a Brasília”, informa a nota conjunta dos dois ministérios.

Outros 12 brasileiros também serão repatriados e embarcam de volta ao país no mesmo voo que a equipe diplomática, uma aeronave C 130 Hércules da Força Aérea Brasileira procedente da capital venezuelana, Caracas.

A embaixada do Brasil na Venezuela foi fechada na quinta-feira. O Consulado-Geral e os três vice-consulados brasileiros no país estão inativos desde 27 de março.

Continua após a publicidade

A decisão de encerrar a missão diplomática já havia sido tomada em fevereiro de 2020, ou seja, antes de qualquer caso da Covid-19 ter sido reportado à Organização Mundial da Saúde (OMS) na Venezuela. Segundo os dados venezuelanos, que são questionados, enviados à OMS, o país conta com 193 casos e 9 mortes.

Além da Venezuela, as missões diplomáticas brasileiras em cinco países caribenhos também foram encerradas: Dominica, Antígua e Barbuda, Granada, São Cristóvão e Nevis e São Vicente e Granadinas.

“Fechar os postos na Venezuela foi uma questão política. Os outros foram fechados por problemas de orçamento”, afirmou uma fonte diplomática à emissora de rádio francesa RFI se referindo ao antagonismo político entre o presidente, Jair Bolsonaro, e o ditador venezuelano, Nicolás Maduro. Mais de 10.000 brasileiros moram na Venezuela.

Desde janeiro de 2019, o governo Bolsonaro deixou de reconhecer como autoridade máxima do Executivo venezuelano o presidente Nicolás Maduro, reeleito no ano anterior em um pleito considerado fraudulento pela Organização dos Estados Americanos (OEA). O autoproclamado presidente interino do país, Juan Guaidó, passou a ser apoiado por Brasília, que já atuava entre os membros do Grupo de Lima, criado como frente multilateral de pressão pela redemocratização da Venezuela. O Brasil também reconheceu Maria Tereza Belandría, indicada por Guaidó, como legítima representante venezuelana no país.

A medida, porém, tem caráter extremo porque o governante da Venezuela continua a ser Maduro. Como presidente da Assembleia Nacional, destituída de poder efetivo, Guaidó não tem meios de deliberar sobre temas críticos das relações bilaterais. O Brasil tem com a Venezuela sua maior fronteira terrestre, com 2.199 quilômetros – uma linha porosa com intensa movimentação diária de cidadãos de lado a lado e também do crime organizado, que a torna uma questão de segurança comum aos dois países

Continua após a publicidade

Vivem no país cerca de 140.000 refugiados venezuelanos, e do lado venezuelano, a comunidade brasileira tem mais de 6.000 cidadãos. Mesmo tendo caído acentuadamente nos últimos anos, o comércio bilateral movimentou 107 milhões de dólares nos dois primeiros meses de 2020, dos quais 102 milhões de dólares referem-se aos embarques de produtores brasileiros ao país vizinho.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.