O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou seus partidários a uma “marcha anti-imperialista” para o próximo sábado, quando o opositor Juan Guaidó liderará novas mobilizações para pressionar a saída de Maduro do poder.
“Vamos às ruas em 9 de março em marchas anti-imperialistas, para comemorar o dia do anti-imperialismo. Às ruas o povo, ao combate o povo!”, declarou Maduro nesta terça-feira, 5, durante um ato que comemorou o sexto aniversário da morte de seu antecessor, Hugo Chávez (1999-2013).
O governante socialista declarou o 9 de março como o dia do anti-imperialismo, depois que nessa data, em 2015, o então presidente americano Barack Obama emitiu um decreto que declarou a Venezuela como uma “ameaça incomum e extraordinária para a segurança” de seu país e impôs as primeiras sanções a funcionários venezuelanos.
Maduro, que voltou a chamar essa declaração de “infame”, assegurou que seu país enfrenta hoje a “agressão imperialista mais poderosa em 200 anos de República”.
Esse ataque, acrescentou, abarca os âmbitos político, econômico e diplomático, e “tentativas de perturbar a vida nacional”, em referência à juramentação de Guaidó como presidente interino com o apoio de mais de 50 países, liderados pelos Estados Unidos.
“Convoco à defesa da paz da pátria, da integridade territorial. Não podemos cair em provocações nunca. Que fiquem lá, que continuem com seus jogos de criança, de provocações”, destacou o presidente.
Marchas
Na segunda-feira, após voltar à Venezuela depois de burlar uma proibição judicial de saída do país, Guaidó convocou uma marcha para o próximo sábado a fim de obrigar Maduro a “cessar a usurpação” de poder.
Maduro não se referiu à grande recepção que teve Guaidó em sua chegada, embora antes tenha manifestado que ele enfrentaria a Justiça por violar a proibição de saída.
O presidente voltou a reivindicar como uma “vitória” a tentativa frustrada de Guaidó de fazer entrar doações dos Estados Unidos em alimentos e remédios, alegando ser o pretexto de uma intervenção.
Nesse sentido, condecorou vários oficiais da Força Armada que impediram a passagem dos carregamentos, entre eles Alberto Bermudes, comandante da Zona Operacional de Defesa Integral do estado de Bolívar, fronteiriço com o Brasil e onde morreram sete pessoas e dezenas ficaram feridas em confrontos com os militares.
“Hoje, mais do que nunca, estamos vitoriosos diante da conspiração, diante da chantagem. Enquanto uma minoria alocada continua longe com seu ódio, em sua amargura, nem prestamos atenção, compatriotas”, exortou.