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Maduro afirma que Guaidó responderá na Justiça quando retornar à Venezuela

Venezuelano acusou ainda os EUA de estarem fabricando uma crise para começar uma guerra na América do Sul

Por Da redação
Atualizado em 26 fev 2019, 10h42 - Publicado em 26 fev 2019, 10h17
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  • O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou na segunda-feira 25 que o líder da oposição Juan Guaidó deverá responder na Justiça quando retornar ao país de sua viagem para a Colômbia.

    Guaidó, que se autoproclamou presidente interino em 23 de janeiro, deixou a Venezuela na última sexta-feira 22 para acompanhar o que deveria ter sido o dia oficial da entrada da ajuda humanitária no país.

    Após a violência do fim de semana e o fechamento da fronteira com a Colômbia, contudo, muito se discutia se o opositor conseguiria retornar a sua nação livremente.

    Em entrevista à emissora americana ABC News nesta segunda, Maduro afirmou que o presidente da Assembleia Nacional responderá criminalmente por ter descumprido uma restrição judicial que o impedia de viajar para território internacional.

    “Ele não pode simplesmente ir e vir. Ele terá que enfrentar a Justiça e a Justiça o proibiu de deixar o país”, afirmou. “Ninguém pode estar acima da lei”, disse ainda. “Neste caso, Guaidó tem que responder perante a Justiça, não perante Nicolas Maduro”, completou.

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    Guaidó é investigado pelo procurador-geral chavista Tarek William Saab por suas ações contra “a paz, a economia e o patrimônio” da Venezuela. Como parte do processo, ele foi submetido a medidas cautelares, entre elas a proibição de deixar o país.

    O líder opositor cruzou a fronteira com a Colômbia na sexta-feira, apesar da restrição. Segundo o presidente colombiano Iván Duque, ele retornará a Caracas: “Como o presidente da Venezuela não vai voltar ao seu país?”.

    Nesta segunda, Guaidó participou da reunião do Grupo de Lima em Bogotá, onde defendeu mais uma vez a entrada da ajuda humanitária na Venezuela e criticou Maduro. “Ser permissivo com a usurpação do poder levada adiante por este grupo (liderado por Maduro) seria uma ameaça para a democracia de toda a América”, disse.

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    “Não é uma questão de democracia ou ditadura. Não há dilema entre guerra e paz. É a paz, a proteção dos cidadãos, que deve prevalecer”, afirmou o político venezuelano em seu discurso.

    Já as nações do Grupo de Lima denunciaram que há informações sérias e críveis de ameaças contra Guaidó e sua família, responsabilizando Maduro por qualquer agressão física ao líder opositor.

    “Queremos responsabilizar o usurpador Maduro de qualquer ação violenta contra Guaidó, sua esposa e seus familiares, o que se transformaria não só em outro crime, mas daria lugar a uma situação internacional que obrigaria o Grupo de Lima a atuar coletivamente, recorrendo a todos os mecanismos legais e políticos”, disse o chanceler da Colômbia, Carlos Holmes Trujillo.

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    ‘Guerra na América do Sul’

    Em sua entrevista à ABC News, Maduro acusou ainda os Estados Unidos de estarem fabricando uma crise para começar uma guerra na América do Sul.

    “Tudo o que o governo dos Estados Unidos faz está ao fracasso”, disse. “Eles estão tentando fabricar uma crise para justificar a escalada política e uma intervenção militar na Venezuela para levar uma guerra à América do Sul”.

    “Os Estados Unidos querem o petróleo da Venezuela e estão dispostos a entrar em guerra pelo petróleo”, afirmou ainda, comparando o governo de Donald Trump à organização racista Ku Klux Klan e dizendo que o governo americano usa a crise humanitária como desculpa para invadir seu país.

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    Maduro disse ainda que está disposto a se encontrar com Trump para negociar a paz na região. “Se é sobre a paz da Venezuela, a paz de nossa região, o desenvolvimento de nossa nação e sobre as relações amistosas com os Estados Unidos, eu estaria disposto a ir aonde quer que fosse. Para apertar a mão do Presidente Trump, sempre com respeito”, afirmou.

    O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, participou ontem da reunião do Grupo de Lima. Em seu discurso, anunciou a imposição de novas sanções contra o regime de Caracas e incitou outras nações da região a anunciarem suas próprias medidas punitivas. Também deu um ultimato para os militares que se recusam a apoiar Juan Guaidó.

    (Com EFE)

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