Ao encerrar sua segunda passagem pelo Rio de Janeiro em um mês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar duramente a postura do governo de Israel na guerra contra o Hamas. No evento de lançamento da Seleção Cultural da Petrobras, Lula disse ser “a favor do Estado palestino livre” e classificou a postura israelense como um “genocídio de mulheres e crianças”.
“Não troco a minha dignidade pela falsidade. Quero dizer para vocês que sou favorável à criação do Estado palestino livre e soberano. Que possa esse Estado palestino viver em harmonia com o Estado de Israel. E quero dizer mais: o que o governo de Israel está fazendo contra o povo palestino não é guerra, é genocídio, porque está matando mulheres e crianças”, disse. “Não tentem interpretar a entrevista que eu dei na Etiópia, leiam a entrevista em vez de ficar me julgando pelo que disse o primeiro-ministro de Israel.”
“O que está acontecendo em Israel é um genocídio”, continuou. São milhares de crianças mortas, milhares desaparecidas. E não estão morrendo soldados, estão morrendo mulheres e crianças dentro de hospital. Se isso não é genocídio, eu não sei o que é genocídio”, disse, ao pedir licença na agenda para fugir do tema da cultura.
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— Lula (@LulaOficial) February 24, 2024
“Nós estamos brigando muito para que a gente tenha reforma no Conselho de Segurança da ONU para ele representar o mundo de hoje, não o mundo de 1945. Não é possível que as pessoas não compreendam o que está acontecendo em Gaza, com milhões de crianças que vão dormir todo dia com fome, apesar de o mundo produzir comida em excesso. A gente não pode aceitar a Guerra da Ucrânia, assim como a guerra na faixa de Gaza ou guerra nenhuma”, completou o presidente.
A fala acontece cinco dias depois de Lula comparar a ação do Estado de Israel no conflito ao Holocausto, o que gerou uma crise diplomática e fez com que o governo israelense declarasse o petista persona non grata.