López Obrador anuncia plano para fim da guerra na Ucrânia
O presidente do México criticou as negociações organizadas pela ONU e demandou que a organização fosse reformulada
![WASHINGTON, DC - JULY 12: Mexican President Andres Manuel Lopez Obrador listens to U.S. President Joe Biden talk to journalists in the Oval Office at the White House on July 12, 2022 in Washington, DC. This is the first meeting between the two North American leaders since Obrador did not to attend the Summit of the Americas last month in Los Angeles because the White House refused to invite leaders from Cuba, Nicaragua and Venezuela. (Photo by Chris Kelponis-Pool/Getty Images)](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/09/lopez.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, disse nesta segunda-feira,13, que seu governo apresentará um plano às Nações Unidas (ONU) para acabar com a guerra da Rússia na Ucrânia. O anúncio ocorreu momentos depois do líder mexicano criticar o órgão mundial e pedir que ele seja reformado.
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De acordo informações da agência de notícias Reuters, López Obrador, prevê a criação de um “comitê de mediação” do conflito que inclui o primeiro-ministro indiano Narendra Modi, o secretário-geral da ONU Antonio Guterres e o papa Francisco.
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Sob o plano do líder mexicano, os mediadores iniciariam imediatamente conversas com o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para alcançar “uma trégua de pelo menos cinco anos”.
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Apesar de não ter dado muitos detalhes sobre a proposta de cessar-fogo, o governante garantiu em coletiva de imprensa na semana passada que o projeto será apresentado pelo ministro das Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, durante a Assembleia Geral anual da ONU, que ocorrerá na próxima semana em Nova York.
“Vou falar sobre a paz mundial e vou falar sobre a posição do México sobre a guerra na Rússia e na Ucrânia, e vou apresentar uma proposta às Nações Unidas para alcançar a paz”, disse López Obrador.
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O anúncio do chefe de Estado mexicano seguiu críticas feitas sobre a forma como as Nações Unidas estariam conduzindo as negociações de paz entre Moscou e Kiev. López Obrador descreveu a organização, assim como a Organização dos Estados Americanos (OEA), com sede em Washington, como “supostas defensoras” dos direitos humanos, afirmando que as instituições não fornecem resultados e precisam ser reformados.
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“Eles ganham em dólares e mal suam, eles não trabalham e você tem que pagá-los. É como se eles fossem intocáveis, eles se sentem membros do governo mundial”, condenou o político.
A atual postura incisiva contrasta com a maneira com que López Obrador se portou ao longo dos últimos meses. O México aderiu a uma política de neutralidade desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia e rejeitou sanções contra Moscou.