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Liz Truss vence corrida para tornar-se premiê do Reino Unido

Partido Conservador escolheu Truss, ministra das Relações Exteriores, em vez de Rishi Sunak, ex-ministro do Tesouro para substituir Boris Johnson

Por Amanda Péchy
Atualizado em 5 set 2022, 14h31 - Publicado em 5 set 2022, 09h02

O Partido Conservador do Reino Unido anunciou nesta segunda-feira, 5, que seus membros escolheram Liz Truss para substituir Boris Johnson como líder do partido e do país, recorrendo a uma conservadora forte para governar durante a mais grave crise econômica em décadas.

Truss, ministra das Relações Exteriores, venceu a corrida contra Rishi Sunak, ex-ministro do Tesouro, cuja renúncia em julho desencadeou a destituição de Johnson. Uma das principais figuras do gabinete do ex-primeiro-ministro, Truss não fez parte da rebelião do Partido Conservador contra o líder.

Sua vitória, amplamente esperada nas últimas semanas depois que ela assumiu a liderança nas pesquisas, faz dela a terceira mulher a governar o Reino Unido, depois de Margaret Thatcher e Theresa May.

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Como elas, a nova premiê vai enfrentar uma série de problemas no país: inflação de dois dígitos, uma recessão iminente, agitação pública, contas de energia em alta e uma possível escassez de combustível durante o inverno.

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Truss também será encarregada de reparar um partido profundamente dividido após o turbulento mandato de três anos de Johnson, que foi celebrado em 2019 com uma vitória esmagadora nas eleições gerais, mas caiu em desgraça devido a uma sucessão de escândalos.

A nova premiê britânica assumirá formalmente o título na terça-feira, 6, em uma reunião com a rainha Elizabeth II no Castelo de Balmoral, na Escócia, onde a monarca está de férias. Johnson vai se despedir da rainha pouco antes disso, despedindo-se, pelo menos por enquanto, de sua carreira como político.

Truss destacou-se entre outros oito candidatos do partido na liderança, com uma campanha forte por cortes de impostos e governo reduzido, referências confiáveis ​​do Partido Conservador. No entanto, alguns economistas alertaram que suas propostas fariam pouco para resolver os problemas do Reino Unido – e poderiam até piorá-los.

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Depois que o campo se reduziu a dois candidatos, Truss liderou praticamente todas as pesquisas contra Rishi Sunak. Ele teria feito história se tivesse vencido, tornando-se o primeiro primeiro-ministro não-branco (ele tem ascendência indiana) da história do país.

A proposta de Sunak de que o governo não deveria cortar impostos antes de controlar a inflação foi menos atraente para 160.000 membros do partido que votaram para escolher seu líder. Muitos também não perdoaram seu papel na destituição de Johnson; ele foi uma das duas principais figuras conservadoras, junto com o ex-ministro da Saúde, Sajid Javid, a se demitir do gabinete, provocando uma onda de deserções que minaram a liderança de Johnson.

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Truss fez uma notável carreira política até o topo do Partido Conservador. Criada em uma família de esquerda, com um pai matemático e uma mãe enfermeira e professora, ela fez parte do partido centrista britânico, os Democratas Liberais, como estudante na Universidade de Oxford, com posições fortes como a abolição da monarquia.

Depois de se formar, Truss passou por seis cargos ministeriais sob três primeiros-ministros conservadores: Johnson, May e David Cameron. Como Cameron, ela foi contra a saída do Reino Unido da União Europeia na campanha do Brexit de 2016, mas virou defensora do divórcio com o bloco após o referendo.

Apesar de defender um estado reduzido, economistas acreditam que a conservadora terá que anunciar medidas abrangentes para proteger famílias vulneráveis. As contas de energia já aumentaram 80% e a inflação – que ultrapassou os 10% em julho – pode chegar a 20% no início do próximo ano, exacerbada pelos efeitos da guerra na Ucrânia.

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Truss se recusou a dar detalhes sobre possíveis programas de auxílio do governo e descartou medidas como racionamento de combustível ou um novo imposto sobre copiosos lucros das empresas de energia, impulsionados pela queda da oferta russa. Em seu último evento de campanha em Londres na semana passada, Truss prometeu não impor nenhum imposto adicional, promessa que especialistas julgaram difícil de cumprir.

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