O parlamento da Lituânia votou nesta terça-feira, 19, uma lei que proíbe a exibição pública da letra “Z” e da fita preta e laranja de São Jorge, entre outros símbolos vistos como expressão de apoio à invasão da Rússia na Ucrânia. Decisão acompanha proibições semelhantes na Letônia e na Moldávia. A Alemanha também considera medida contra a ostentação das insígnias pró-Moscou.
A legislação aprovada na Lituânia define os emblemas como “símbolos de regimes totalitários ou autoritários usados no passado ou usados atualmente para promover agressão militar, crimes contra a humanidade e crimes de guerra”, mesma classificação que os símbolos soviéticos e nazistas recebem no país.
A violação da lei implica uma multa de 900 euros (R$ 4.545) para indivíduos e de 1.500 euros (R$ 7.575) para empresas.
No final de fevereiro, começaram a circular nas redes sociais vídeos e fotos mostrando veículos militares russos estampados com a letra “Z” seguindo em direção à fronteira da Ucrânia. Desde então, o símbolo tem sido usado por apoiadores das forças armadas russas nas mídias sociais, em roupas e acessórios.
Alvo de muitas especulações sobre seu significado, especialistas militares interpretaram o “Z” como “Za pobedy”, em russo “para a vitória”, ou como “Zapad”, que significa “Ocidente”.
Além da letra, a fita de São Jorge, utilizada pela Rússia como símbolo patriótico na Segunda Guerra Mundial, também foi banida. A fita ganhou importância desde que os separatistas do leste da Ucrânia a adotaram como símbolo de seu apoio à Rússia em 2014.
Posicionando-se contrários à ofensiva russa, o Parlamento da Moldávia também votou a proibição da ostentação da fita de São Jorge na semana passada. A Letônia já tinha aprovado legislação semelhante no fim de março.
Nesta terça-feira, a presidente da Moldávia, Maia Sandu, pediu que pessoas e políticos da oposição se abstenham de usar a mesma fita durante as comemorações de 9 de maio, que marcam a vitória da União Soviética na Segunda Guerra Mundial.
“É impossível combinar no mesmo símbolo a memória de vidas sacrificadas pela paz e esta guerra desumana”, disse a presidente.
A Alemanha também está considerando o banimento do uso político da letra “Z”. “A letra Z obviamente não é proibida, mas a sua utilização pode, em casos concretos, constituir um apoio à agressão russa”, disse o porta-voz do Ministério do Interior alemão em março.
Um dia após a declaração da Alemanha, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, pediu a proibição universal do uso político da letra “Z”, dizendo que significava “crimes de guerra russos, cidades bombardeadas, milhares de ucranianos assassinados”.