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Líderes mundiais denunciam interferência eleitoral russa na Geórgia; Moscou nega

Partido governista Sonho Georgiano, que aprofundou laços com o Kremlin, conquistou quase 54% dos votos no parlamento do país

Por Da Redação 28 out 2024, 08h42
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  • Uma lista crescente de lideranças globais exigiu, nesta segunda-feira, 28, uma investigação sobre denúncias de interferência eleitoral da Rússia nas eleições parlamentares da Geórgia, ex-república soviética que viu o partido pró-Kremlin Sonho Georgiano reeleito com a maioria dos votos no parlamento no último sábado. O resultado, que veio em meio a registros de incidentes como compra de votos, intimidação de eleitores e fraude, segundo monitores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), foi um golpe para a parcela da população que é favorável a uma aproximação com o Ocidente.

    Disputando o pleito contra o partido que aprofundou os laços com Moscou, estava uma oposição cujo objetivo é acelerar a integração com a Europa, incluindo a adesão do país à União Europeia.

    A presidente da Geórgia, Salome Zourabichvili, convocou protestos em Tbilisi para esta noite para mostrar ao mundo “que não reconhecemos essas eleições”, depois do Sonho Georgiano ter conquistado quase 54% dos votos. Uma antiga aliada da coalizão pró-Rússia, ela tornou-se sua principal crítica. Em discurso no domingo 27, Zourabichvili – cujos poderes são essencialmente cerimoniais – se referiu ao resultado eleitoral como uma “operação especial russa”, sem dar mais detalhes.

    Onda de denúncias

    Entre as respostas mais fortes na Europa ao clima em Tbilisi, o ministro das Relações Exteriores italiano, Antonio Tajani, disse que os partidos de oposição georgianos estavam “absolutamente certos” em contestar os resultados das eleições, e também apontou o dedo para Moscou.

    “Todos nós sabemos o que são os sistemas de interferência russos”, disse ele ao jornal italiano Il Messaggero.

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    A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) engrossou o coro nesta segunda-feira por uma investigação completa do que caracterizou como um “campo de jogo desigual” na eleição da Geórgia. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, já havia feito pedido semelhante no final de semana.

    “Encorajamos os líderes políticos da Geórgia a respeitar o Estado de direito, revogar leis que prejudicam as liberdades fundamentais e abordar as deficiências no processo eleitoral juntos”, disse Blinken.

    A União Europeia também pediu à nação europeia para investigar as supostas irregularidades de maneira rápida e transparente.

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    “A UE lembra que qualquer legislação que comprometa os direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos georgianos e vá contra os valores e princípios sobre os quais a UE é fundada deve ser revogada”, disse a Comissão Europeia em uma declaração conjunta com o chefe da diplomacia do bloco, Josep Borrell.

    O que diz o Kremlin

    A Rússia negou com força as acusações de interferência eleitoral.

    “Rejeitamos veementemente tais acusações. Como vocês sabem, elas se tornaram padrão para muitos países. Ao menor sinal, eles imediatamente acusam a Rússia de interferência. Não houve interferência, e as acusações são absolutamente infundadas”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, nesta segunda-feira.

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    Peskov descreveu o resultado da eleição como “a escolha do povo georgiano” e disse que era o Ocidente, não a Rússia, que estava tentando desestabilizar a situação.

    Também nesta segunda, o primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Kobakhidze, acusou a oposição de tentar “abalar a ordem constitucional” do país. Ele acrescentou que seu governo continua comprometido com a integração europeia.

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