O líder do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD), Martin Schulz, renunciou na terça-feira, esperando encerrar a instabilidade que tem abalado a legenda de centro-esquerda desde que chegou a um acordo de coalizão com os conservadores da chanceler alemã, Angela Merkel.
O vice de Schulz, Olaf Scholz –prefeito de Hamburgo que deve se tornar ministro de Finanças no novo governo — disse que vai assumir como líder provisório do SPD e o partido confirmou que recomendou Andrea Nahles como sucessora de Schulz no longo prazo. Nahles é a líder da sigla no Parlamento.
Em meio a discordâncias sobre o acordo de coalizão e sobre a distribuição de cargos ministeriais e enfrentando queda em pesquisas de opinião, os líderes do SPD estão tentando convencer os 464.000 membros do partido a apoiar o acordo com Merkel.
O compromisso entre o SPD, a União Democrata Cristã (CDU), de Merkel, e seu partido aliado na Baviera, a União Social Cristã (CSU), foi anunciado na semana passada, mas ainda deve ser aprovado pelos sociais-democratas em uma votação interna.
Schulz comandou o SPD nas eleições de setembro, após ter ocupado o posto de presidente do Parlamento Europeu em Bruxelas. No comando dele, porém, o partido teve seu pior desempenho desde o fim da Segunda Guerra.
O grupo de Merkel saiu vitorioso das eleições, mas não obteve maioria absoluta no Parlamento alemão. A tentativa da chanceler de formar um governo com dois partidos menores fracassou em novembro, não deixando outra alternativa que não negociar com o SPD.
Martin Schulz inicialmente descartou renovar a coalizão com Merkel, mas depois mudou de ideia e passou a negociar com os conservadores.