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Le Pen volta a ameaçar moção para derrubar premiê escolhido por Macron

Líder de extrema direita francesa se encontrou com Michel Barnier para discutir o orçamento de 2025, cuja aprovação deve ser complexa

Por Da Redação 25 nov 2024, 15h01
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  • A líder de extrema direita francesa, Marine Le Pen, fez nesta segunda-feira, 25, uma nova ameaça de apoiar uma moção de censura para derrubar o governo do primeiro-ministro do país, Michel Barnier, depois que ambos se encontraram para discutir o orçamento de 2025. De centro-direita, Barnier foi escolhido pelo presidente centrista, Emmanuel Macron, para o cargo após uma eleição legislativa em que seu partido perdeu poder e deixou o parlamento dividido.

    O encontro com Le Pen foi o primeiro de uma série de reuniões que o primeiro-ministro francês realizará com os chefes dos grupos parlamentares da oposição até quinta-feira, em uma tentativa de aprovar o orçamento do ano que vem.

    Após o encontro com Barnier, Le Pen afirmou ter ressaltado as “linhas vermelhas” do seu partido, o Reagrupamento Nacional (RN), de extrema direita. Elas incluem a rejeição ao aumento de impostos sobre eletricidade e o adiamento de reajustes da aposentadoria frente à inflação, mas não se mostrou otimista quanto à possibilidade de se chegar a um acordo sobre o projeto de lei orçamentária de 2025.

    “Minha posição não mudou. Não mais, ao que parece, do que o do primeiro-ministro”, declarou ela. “Veremos se as propostas de hoje serão levadas em conta, mas nada é menos certo.”

    “Coalizão de opostos”

    O risco de que o governo de Barnier possa cair aumentou em meio a especulações de que o premiê possa tentar usar uma cláusula constitucional, conhecida como 49:3, para forçar o orçamento a ser aprovado sem passar por uma votação.

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    “É uma linha vermelha que se, de fato, for ultrapassada, votaremos pela (moção de) censura. Digo isso da maneira mais clara possível”, ameaçou Le Pen na última quarta-feira. 

    A coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP) também ameaçou apresentar uma moção de censura se Barnier usar a medida para aprovar o orçamento de 2025. Uma decisão final está prevista para 18 de dezembro. 

    Caso os parlamentares da NFP e do RN votem a favor da moção de censura, o governo de Barnier será derrubado. O primeiro-ministro classificou a aliança entre a esquerda e a extrema direita como uma “coalizão de opostos”. “Sei que isso não é o que os franceses querem. O que eles desejam é estabilidade e serenidade”, afirmou ele na semana passada.

    Barnier foi nominado premiê por Macron no início de setembro, quase dois meses após as eleições legislativas que transformaram o parlamento com uma virada histórica da Nova Frente Popular, que venceu o pleito e virou maioria. No entanto, não o grupo que mistura legendas de extrema esquerda e centro-esquerda não obteve o número de assentos necessário para garantir uma maioria absoluta, e o presidente francês optou por escolher um nome que fosse mais “neutro”, alinhado aos seus próprios interesses e que a ultradireita de Le Pen, terceira maior força no parlamento, não barrasse.

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