Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Kim Jong-un cruzará fronteira a pé para histórica cúpula das Coreias

Encontro terá a desnuclearização da península como principal tema e vai preparar o terreno para a futura reunião entre o líder norte-coreano e Donald Trump

Por Da redação
Atualizado em 26 abr 2018, 10h57 - Publicado em 26 abr 2018, 10h50
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, cruzará a pé a linha de demarcação militar que divide as duas Coreias para a histórica reunião cúpula da próxima sexta-feira, informou hoje (26) o gabinete da presidência de Seul.

    Publicidade

    O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, esperará por Kim do outro lado da divisória, às 9h30 no horário local (21h30 desta quinta-feira em Brasília). Ambos serão escoltados por uma guarnição de honra até Peace House, o edifício que abrigará o encontro e que está localizado na margem sul da militarizada fronteira intercoreana.

    Publicidade

    Desta maneira, Kim se tornará no primeiro líder norte-coreano a pisar em solo sul-coreano desde o final da Guerra da Coreia (1950-1953), que terminou com o cessar-fogo. Até hoje, os dois países ainda não assinaram o tratado de paz e vivem em situação de conflito latente.

    O governo sul-coreano informou que, depois de uma cerimônia de boas-vindas e de uma breve conversa informal, a primeira rodada da cúpula terá inicio às 10h30 (hora local). Entre os nove delegados designados por Pyongyang estão o presidente honorário do país, Kim Yong-nam, o ministro das Relações Exteriores, Ri Yong-ho, e a irmã de Kim Jong-un, Kim Yo-jong, que ocupa o cargo de diretora de propaganda e cuja visita histórica ao Sul durante os Jogos Olímpicos de inverno, no mês de fevereiro, promoveu o encontro entre os dois líderes.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Os dois presidentes vão almoçar separadamente. Depois, plantarão uma árvore, em uma cerimônia simbólica. No final da reunião, Moon e Kim vão assinar um acordo e realizar um “anúncio”, explicou um porta-voz de Seul. “O onde e como será anunciado será determinado pelo conteúdo do acordo”, afirmou.

    O banquete, no qual Seul espera que possa participar a mulher Kim Jong-un, Ri sol-ju, começará às 18h30 (hora local), seguido da “cerimônia de despedida”.

    Publicidade

    Desnuclearização norte-coreana

    O tema de maior expectativa da cúpula é a desnuclearização da Coreia do Norte, algo que os Estados Unidos exigem e que Kim Jong-un já sinalizou estar disposto a fazer. Mas o tema ainda é cheio de incógnitas e divide os especialistas.

    Continua após a publicidade

    Kim Jong-un anunciou, por meio de intermediários, que o fim do programa atômico do país será debatido tanto no encontro desta sexta-feira quanto na sua futura reunião de maio ou junho com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

    Publicidade

    Recentemente, a Coreia do Norte informou a interrupção dos testes com mísseis e bombas nucleares e o desmantelamento de seu centro de testes atômicos. Com cautela, o gesto gerou expectativa sobre o fim do programa nuclear do país.

    O governo sul-coreano disse que esse tema será o foco do encontro e que a meta de Moon é conseguir uma península livre de armas nucleares. “A desnuclearização não será o principal tema da cúpula; o principal será o princípio de desnuclearização, em si. Haverá só um acordo muito básico”, declarou Jo Dong-joon, vice-diretor do Instituto de Estudos para a Paz e a Unificação da Universidade de Seul e especialista em desnuclearização.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    O chamado “princípio de desnuclearização” é um dos cinco pontos do plano que Moon apresentou ao parlamento em novembro passado para conseguir a paz na península coreana e se baseia na declaração conjunta que as duas Coreias assinaram em 1992.

    Em virtude do documento, os dois países se comprometeram a não possuir, testar ou produzir armas atômicas e não operar instalações para produzir urânio para tais bombas. Trata-se do contrário do que Pyongyang tem feito desde os anos 90, quando iniciou o desenvolvimento de um programa armamentista.

    Continua após a publicidade

    Jo disse acreditar que Moon pretende recuperar esse acordo geral – nunca implementado por causa das desavenças sobre como inspecionar e verificar de maneira recíproca o cumprimento do estipulado no texto. Seria um primeiro passo para preparar o terreno para uma futura negociação com os Estados Unidos.

    Por outro lado, o professor Mun In-chul, ligado à mesma instituição, opinou que Kim Jong-un pretenderá colocar na cúpula  uma série de condições para que o regime norte-coreano opte pela desnuclearização.

    “A parte mais espinhosa é a retirada das tropas americanas da Coreia do Sul, o que acho que Pyongyang vai exigir”, disse o especialista.

    Continua após a publicidade

    O presidente sul-coreano garantiu, porém, que o Norte se comprometeu a não cobrar essa medida, explicou Mun, que estuda as relações entre as Coreias. “Seul está em uma posição muito incômoda porque essa exigência condicionaria a aliança com Washington, existente desde o fim da Guerra da Coreia “, acrescentou.

    O especialista diz acreditar que Moon insistirá na assinatura de um tipo de acordo de paz que ponha fim ao regime existente  na península desde a declaração de cessar-fogo.

    Esse assunto também é tecnicamente muito complexo, já que o documento que interrompeu a guerra foi assinado por Estados Unidos, como líder do contingente da ONU (no qual está a Coreia do Sul), Coreia do Norte e o chamado exército de voluntários chineses.

    Segundo Mun, um “tratado de paz” requereria a participação de mais envolvidos e a realização de mais cúpulas no futuro. Moon já se mostra disposto, o que indica que o presidente sul-coreano contempla a reunião de sexta-feira como um passo preparatório para a cúpula entre Kim e Trump e outros encontros futuros.

    (Com EFE)

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.